Após prisão de gerente de posto em Campo Grande, confira como fraudes comerciais são investigadas

Delegacia de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo atua em duas frentes investigativas

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Equipe da Decon em fiscalização contra posto de gasolina. (Alicce Rodrigues, Midiamax)
23/08/2024 – Lucas Caxito

Após a prisão em flagrante de gerente de posto de combustível por furto de gás natural em Campo Grande na tarde dessa quinta-feira (22), o caso levantou a importância ao saber como agir em situações de fraude em estabelecimentos comerciais. Nesse sentido, o Jornal Midiamax entrou em contato com Reginaldo Salomão, delegado titular da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), para compreender a ação da força de segurança nesses casos.

O delegado explicou que existem duas maneiras de combate aos crimes contra o consumidor por estabelecimentos comerciais. Conforme Salomão, essa investigação pode relacionar o consumidor tanto com o fornecedor, quanto com as relações comerciais.

“A nossa atuação pode acontecer naquela situação em que você tem a relação direta entre o fornecedor e o consumidor final, como em um posto de gasolina ou açougue, por exemplo. Mas também de forma imediata, quando a gente protege não só o consumidor, como nós protegemos também o bom fornecedor e as boas relações de comércio”, explica.

Esta segunda modalidade foi caso do posto de gasolina investigado no Centro da Capital. Com fraude no medidor de gás, o estabelecimento causou um prejuízo ao fornecedor de R$ 2 milhões ao longo de 4 meses.

Concorrência desleal

Nesse sentido, em situações como essa de fraude em medidor, o comerciante consegue oferecer um preço muito melhor que a concorrência, configurando um cenário competitivo desleal. “Quando isso acontece, o gerente enfraquece a concorrência e isso também prejudica o consumidor lá na frente, já que terá menos opções para escolher, além da sonegação de impostos”, enfatiza.

Delegado Reginaldo Salomão. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

De acordo com Salomão, nesses casos, a Decon possui autorização para intervir. O delegado titular ainda destaca a atuação do Procon (Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor) no combate a esses crimes.

Segundo ele, é necessária uma atuação integrada. “Nós atuamos em força-tarefa, o Procon é um grande parceiro porque ele faz a pesquisa de preços, e isso é um embasador técnico-científico que fundamenta a nossa ação e as nossas investigações”, destacou.

Gerente é preso após investigação sobre furto de gás natural em posto de combustível em Campo Grande

O gerente de um posto de combustível foi preso em flagrante por furto de gás natural após investigação da polícia que descobriu que o crime era cometido há 4 meses. O prejuízo para a MS Gás é de aproximadamente R$ 2 milhões.

Policiais da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) estiveram no local, que fica na Rua Coronel Quito, esquina com a Avenida Calógeras, da manhã desta quinta-feira (22).

Foram cerca de 3 meses de investigação, segundo o delegado Reginaldo Salomão, que identificou que o furto ocorria há 4 meses.

Foi constatado no posto que eles faziam a obstrução do medidor do gás natural. Assim, o gás era abastecido, mas não era contabilizado.

A estimativa da polícia que o prejuízo que a MS Gás tenha sofrido seja de R$ 2 milhões.

Como o proprietário do posto mora em outro Estado e não foi encontrado, o gerente é quem acabou preso em flagrante.

Procon e representantes da MS Gás também estiveram no local, além do GOI (Grupo de Operações e Investigações) da Polícia Civil.

O posto será interditado porque estava com documentação irregular e os sistemas de medidor de qualidade não estavam funcionando.