Apesar de versões contraditórias, suspeito de matar mãe com pá fica em silêncio em interrogatório

Suspeito teve a prisão preventiva decretada após a prisão na última sexta-feira (27) no Parque Residencial União

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Casa onde Mariza foi assassinada. (Foto: Helder Carvalho, Midiamax)

Apesar de apresentar versões contraditórias à vizinhança, o homem de 36 anos, suspeito de matar a própria mãe, ficou em silêncio durante o interrogatório na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), em Campo Grande. O feminicídio aconteceu na última sexta-feira (27) e, no dia seguinte, a polícia encontrou uma pá possivelmente usada no crime. 

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Em coletiva de imprensa realizada pela delegada Analu Ferraz na Deam, ela confirmou que a polícia encontrou a pá possivelmente usada para causar a lesão na cabeça da idosa. O objeto foi encontrado no sábado (28) e será submetido a exames de perícia. 

Após a prisão, o homem foi levado para ser interrogado na especializada, mas optou por ficar em silêncio. Contudo, antes de ser preso ele disse a um vizinho que saiu para comprar cigarro em uma conveniência. Ao retornar, teria encontrado a idosa desmaiada em casa. Ele teve a prisão preventiva decretada.

Ainda conforme a delegada, estão sendo colhidos depoimentos de quem prestou os primeiros socorros a idosa e de vizinhos. 

Sobre a motivação para o feminicídio, ainda não foi possível apurar, já que o filho da vítima ficou em silêncio e as investigações ainda estão no início. 

“As informações nós vamos conseguir construir com base nos depoimentos que começamos colher hoje. A coleta de imagens de segurança estão nos autos, pois conseguimos imagens do momento que a pá é descartada pelo suspeito no terreno que ela foi localizada. Então agora faremos o levantamento dos depoimentos”, detalhou a delegada. 

Somente ao fim das oitivas e resultado de exames periciais, a polícia poderá apresentar uma possível dinâmica e motivação para o feminicídio.

Delegada faz alerta sobre violência contra as mulheres

Ainda na sexta-feira (27), Campo Grande também registrou a morte de Bruna dos Santos Maroto, de 26 anos, assassinada pelo companheiro no Jardim Los Angeles. A jovem foi espancada e esfaqueada, mas o companheiro nega ser autor do feminicídio.

Diante dos dois casos registrados em pouco tempo, a delegada Analu Ferraz fez um alerta durante a coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (30), sobre a violência contra as mulheres e o alto número de feminicídios consumados e tentados.

“O que chama a atenção é a questão da violência em relação ao gênero. Hoje nós tivemos um número alto de feminicídios em Campo Grande, não é o que a gente espera. Por mais que todo ano tenham campanhas de conscientização pelo fim do feminicídio, nós ainda temos um número bastante alto no Estado e na Capital”, pontuou a delegada.

Analu também relembrou os feminicídios que tiveram repercussão neste ano de 2024, como o caso do autor confesso que matou a própria irmã, Renata Andrades de Campos Widal no mês de março. Na época, ele tentou se livrar dos vestígios do crime antes de acionar a polícia.

“Tivemos alguns casos de irmão matando a irmã, filho matando a mãe e também companheiros insatisfeitos com o fim do relacionamento”, relembrou a delegada. 

Outro ponto observado pela delegada foi o aumento nos crimes praticados com arma branca. “No crime de feminicídio, são raras as vezes que o autor utiliza arma de fogo. Na maioria das vezes, ele usa o instrumento que tem prontamente, às vezes uma pedra ou faca. Isso observamos bastante neste ano que encerra de maneira triste com mais dois feminicídios”, disse Analu. 

Por fim, a delegada citou os casos de tentativa de feminicídio, lembrando o caso da mulher de 40 anos que foi ferida com mais de 20 facadas pelo ex-namorado no último dia 17 deste mês. O acusado das facadas é Maycon Costa Crispim, que morreu em confronto com o Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar) no dia seguinte. 

“Tivemos a moça que levou mais de 20 facadas, uma senhora que levou tiro na cabeça que ainda encontra-se internada após cerca de 7 meses e a jovem que sofreu golpes de faca na saída de um condomínio que quase veio a óbito”, finalizou Analu Ferraz.

Idosa assassinada pelo filho

Segundo o boletim de ocorrência, uma equipe da 10ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar) foi acionada com a informação de que a idosa teria sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Porém, ao chegar no local, os militares encontraram duas equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) realizando massagem cardíaca na vítima que estava com um corte profundo na cabeça e muito sangue em seu corpo. A sala da residência também estava tomada por sangue. 

Na ocasião, o filho foi o primeiro a chegar na residência, mas apresentou versões contraditórias, dizendo que a mãe sofreu apenas uma queda. Em seguida, o médico do Samu afirmou aos policiais que as lesões encontradas não aparentavam ser de acidente, mas de assassinato. 

Com isso, a Perícia e a Polícia Civil foram acionadas para o local e o filho da idosa foi conduzido para a delegacia. 

(Com Daniel Catuver).

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