Policial militar aposentado, Paulo Siqueira Barbosa, morto em um acidente na manhã desta terça-feira (6), na BR-163, teve a aposentadoria suspensa pela Ageprev (Agência de Previdência do Mato Grosso do Sul), segundo informou o advogado da vítima, Edmar Soares da Silva.

Edmar explicou que Paulo recebe aposentadoria desde 2022, quando saiu a primeira decisão do Tribunal de Justiça.

A vítima tinha um mandado de segurança transitado em julgado. “A Ageprev suspendeu indevidamente sua aposentadoria por contribuição”, disse.

Edmar explicou que em contato com a agência pela manhã, foi informado que a decisão de suspender era administrativa, interna. “Não pode deixar de cumprir a decisão judicial”, afirma.

Um amigo da vítima, informou que no sábado (3) a vítima foi ao banco e viu que o dinheiro não caiu. Uma cópia do holerite de julho mostra a conta zerada. 

“Emprestei R$ 3 mil para ele não passar fome”, lamentou o amigo.

Nesta terça-feira (6), a vítima seguia para Campo Grande, onde iria apresentar a decisão judicial e questionar o não depósito da aposentadoria.

No trajeto, pela BR-163, o motorista de uma caminhonete D20 fez uma ultrapassagem e bateu de frente com o carro do policial.

Com o impacto, o Fiat Uno de Paulo capotou e parou na rodovia, enquanto a caminhonete parou na vegetação, do outro lado da pista. O motorista não teve ferimentos graves, mas foi socorrido.

Paulo morava em um sítio na Vila São Pedro, em Dourados. “Era para estar no sítio dele sossegado, tava correndo atrás de uma aposentadoria que ele tem dinheiro e não é o primeiro”, afirma o amigo.

Conforme dados do Portal da Transparência, o militar recebia R$ 6.664,59.

A aposentadoria do militar é administrada pela Ageprev (Agência de Previdência do Mato Grosso do Sul). A reportagem entrou em contato com o Governo do Estado sobre a situação do militar e aguarda retorno.

Condenação

O policial militar Paulo Siqueira Barbosa esteve envolvido no crime de sequestro e extorsão. Pelo crime ele foi condenado a 13 anos e 5 meses em regime fechado.

Conforme o processo, o caso aconteceu em janeiro de 2000. Na época, os policiais envolvidos teriam sequestrado Jean Jorge O Campos e Mário Márcio de Oliveira durante uma fiscalização da polícia militar em Rio Verde de Mato Grosso.

Os dois estavam em uma caminhonete roubada em Campinas. Assim, foram trazidos para Campo Grande, mas não foram presos.

Na Capital, dois militares e Paulo entraram em contato com um cabo da PM, que teria feito Jean entregar o resto da quadrilha. Com isso, o grupo de policiais exigiu R$ 25 mil para liberar os dois presos.

Essa quadrilha formada pelos policiais teria, então, feito um acordo com os arrastadores de carro para a passagem de veículos para a Bolívia.