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Polícia

‘8 de maio se transformou em assassinato’: amigos cobram justiça após morte de ex-vereador em Anastácio

Amigos e familiares de Dinho Vital alegam ‘execução’ em suposto confronto com a polícia que acabou na morte do ex-político no último dia 8 em Anastácio
Lívia Bezerra -
(Leitor Midiamax)

Amigos, familiares e moradores de , a 134 quilômetros de , estão reunidos para uma passeata, onde cobram por justiça após a morte do ex-vereador Dinho Vital, ocorrida no último dia 8 deste mês.

Dinho foi morto no fim da tarde da última quarta-feira (8) após uma festa onde houve briga entre ele e o ex-prefeito do município, Douglas Figueiredo. Boletim de ocorrência do caso foi registrado como ‘homicídio decorrente de oposição a intervenção policial’, ou seja, confronto com a polícia. 

A Corregedoria da PM abriu procedimento para apurar o envolvimento dos dois PMs envolvidos, o sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos.

Entretanto, uma fonte revelou ao Jornal Midiamax que Dinho foi atingido por dois disparos, sendo um nas costas, apontando para uma ‘morte violenta’ e sinônimo de execução pela dinâmica. Há ainda a informação de que vários tiros foram disparados contra o ex-vereador.

Com isso, a população resolveu se mobilizar para uma passeata na Praça Arandu, com destino ao Fórum Municipal em justiça por Dinho. 

Cartazes e camisetas com a foto do ex-vereador e frases como “O 8 de Maio se transformou em… assassinato!”, “Queremos justiça”, “Lugar de assassino é na cadeia!” estampam as ruas de Anastácio desde às 17 horas desta quarta-feira (15).

(Leitor Midiamax)

A viúva do ex-vereador, a psicóloga Marilene Beltrão, disse em vídeo que ainda tenta assimilar o ocorrido, mas afirma que a passeata acontece com o intuito de que os fatos sejam esclarecidos. 

Ao Jornal Midiamax, ela contou que se quer foi chamada para ir até a delegacia. Além disso, ela acredita que o marido tenha sido executado e, não, morto em confronto, como diz a Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). 

“A ficha não caiu, não estou conseguindo entender o que aconteceu, não estou conseguindo aceitar, é muito difícil. Mas vai ter essa caminhada, que a gente consiga transmitir o nosso verdadeiro intuito, que é que seja esclarecido o ocorrido”, disse Marilene em vídeo.

Ela ainda lamenta a morte do ex-vereador, que teria sido assassinado covardemente. “A vida do Dinho foi tirada daquela forma tão covarde, sem chance nenhuma. Era uma pessoa que não oferecia mal nenhum para ninguém”, desabafou.

Revoltado, o irmão do ex-vereador também se manifestou em relação aos disparos que mataram Dinho. Em vídeo que circula pelas redes sociais, ele mostra uma Fiat Toro, de cor preta, de propriedade do ex-político, com marcas de 7 tiros e questiona a PM. 

“Um, dois – para desarmar o meu irmão -, três, quatro, cinco, seis, sete tiros. Com todo o treinamento que a PM tem, não foi execução, né?! Está todo mundo falando que não foi execução, mas será que é necessário dar 7 tiros no carro e depois ainda vir falar que o meu irmão estava transtornado?”, diz o familiar. 

Informações oficiais desencontradas

Informações desencontradas nos registros da morte do ex-vereador enfraquecem a tese de ‘confronto’. Dinho teria sido morto com dois tiros nas costas.

Pelo registro na Polícia Civil, que está como morte a esclarecer, Dinho foi encontrado sem vida ao lado do veículo Fiat Toro, de cor preta, atingido por três tiros, na lateral direita do corpo, próximo ao quadril. Consta também que ao lado dele foi encontrada uma pistola 9mm. A cerca de 50 metros do local estava o veículo Toyota Etios, que era ocupado pelo sargento e pelo cabo, que disseram ter feito os disparos em legítima defesa.

Já a PRF (Polícia Rodoviária Federal), ao chegar por volta das 17 horas, encontrou a vítima, dois veículos e dois homens, de 32 e 37 anos, sendo eles os policiais militares. Foi constatada a presença da PM, que já estava atendendo à ocorrência e ficou responsável pelo encaminhamento à Polícia Civil, tendo em vista que foram os primeiros a chegar no local.

Ainda segundo a ocorrência da PRF, também estava presente uma ambulância do Corpo de Bombeiros. A equipe da PRF permaneceu realizando a orientação de trânsito durante os trabalhos da perícia.

Em terceiro registro, da PM, a ocorrência está registrada como homicídio decorrente de intervenção policial. Assim, consta nesse registro que foram chamados para o local após serem avisados de uma pessoa armada na BR-262.

Segundo a Corregedoria da PMMS: “Todos os procedimentos legais foram tomados, as providências de Polícia Judiciária Militar foram realizadas, a perícia técnica do Estado foi acionada recolhendo todos os indícios e vestígios e a ação será investigada por meio de um Inquérito Policial Militar. O caso foi remetido à Corregedoria da PMMS e as oitivas das testemunhas serão providenciadas o mais breve possível”.

Políticos também rebatem discurso da polícia

Ainda em contradição com a versão da polícia, a morte do ex-vereador de Anastácio é tratada como execução pela classe política e por presentes na festa onde ocorreu briga entre Dinho e o ex-prefeito do município, Douglas Figueiredo, que precedeu a morte.

Fonte revelou ao Jornal Midiamax que Dinho foi atingido por dois disparos, sendo um nas costas, apontando para uma ‘morte violenta’ e sinônimo de execução pela dinâmica. Há ainda a informação de que vários tiros foram disparados contra Dinho.

Políticos e pessoas que estavam presentes no evento ouvidos pelo Jornal Midiamax não concordam com a tese da polícia. “Mataram com tiro nas costas, armaram tudo, a missão deles era matar o Dinho”, disse um político que estava na festa, mas pediu anonimato por também temer pela sua segurança.

Servidor público questiona o fato de o ex-prefeito Douglas Figueiredo ter policiais militares como seguranças particulares. “Ele [Douglas] pode mandar matar qualquer um e falar que foi confronto”.

Ainda conforme relatos de testemunhas, Dinho não estava armado na festa e, em nenhum momento, proferiu ameaças contra o ex-prefeito, Douglas.

O que dizem várias testemunhas diverge da versão oficial da polícia. Quem presenciou o crime afirma que os PMs à paisana, que estavam armados e ao lado do ex-prefeito a todo momento, o acompanharam para fora do local após a discussão. “O ex-prefeito estava a alguns metros do local da festa, não estava nem no trevo ainda, quando voltaram lá [os PMs] e mataram o cara”, pontua o político.

Outro ponto que gerou revolta da população foi o fato de que os PMs envolvidos na morte de Dinho ingeriram bebida alcoólica durante o evento e, assim, estariam sob efeito de álcool durante a execução.

Quanto ao ex-prefeito Douglas, um dia após o acontecido, a assessoria dele informou ao Midiamax que ele estava abalado com a situação e que Dinho teria começado a discussão no evento,

Ainda conforme declaração repassada pela assessoria, Douglas não estava mais na chácara na hora dos disparos que mataram Dinho.

Confira os vídeos da passeata:

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