1 ano após assassinato de Eraldo, defesa de réu pede anulação de provas e de perícia sobre celular

Eraldo foi assassinado aos 42 anos no dia 11 de outubro de 2023

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(Fotos: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax e Arquivo Familiar)

Passados doze meses do assassinato de Eraldo Lopes da Silva, a defesa do acusado do crime, Valdelírio Guilherme Telles, de 51 anos, pediu pela anulação de provas e da perícia sobre o celular da vítima. O crime aconteceu na madrugada do dia 11 de outubro de 2023 após Eraldo ter agredido a ex-namorada em um bar na região do Coophavila II e ser perseguido.

Eraldo – assassinado aos 42 anos – atuava como empresário do ramo de motocicletas na região da Avenida Gunter Hans. O acusado, Valdelírio, se apresentou na 6ª Delegacia de Polícia Civil, acompanhado de advogados, dias após o homicídio, quando confessou a autoria. 

Meses após o crime, o acusado foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por homicídio qualificado por motivo fútil, contudo, negou a qualificadora durante o interrogatório. 

Em abril deste ano, foi realizada a primeira audiência de instrução e julgamento do caso na 1ª Vara do Tribunal do Júri. Porém, algumas testemunhas não foram intimadas e, no mês de maio, outra audiência foi marcada.

Em agosto, a Justiça marcou o interrogatório do acusado e o MPMS também pediu pela desclassificação do homicídio consumado para outro crime não doloso contra a vida. Ou seja, quando não há intenção de matar. Porém, as assistentes de acusação, irmãs da vítima, pediram que Valdelírio vá a julgamento por homicídio.

Anulação de provas e perícia

A defesa, representada pelos advogados Bruno Marques Rodrigues Aires e Guilherme Winckler Monteiro, alega que a casa do réu foi invadida pelos policiais sem autorização e sem que ele estivesse em situação de flagrante. No imóvel, a faca usada no crime foi apreendida. 

No entanto, o MPMS manifestou como descabida a alegação e que a situação de flagrante pode persistir por dias, além de que os policiais realizavam diligências ininterruptas quando foram informados sobre a residência de Valdelírio. 

“Portanto, descabida a alegação da defesa, visto que não constitui ofensa ao princípio da inviolabilidade do domicílio o fato de os policiais terem entrado na casa do réu, sem autorização judicial, para realizar busca e apreensão, se o réu estava em estado de flagrância, o que legitima a conduta dos policiais, de acordo com a ressalva contida no artigo 5º, XI, da Constituição Federal”, manifestou. 

Essa é a primeira nulidade que os advogados alegam, enquanto a segunda é sobre a perícia realizada no aparelho celular de Eraldo, periciado durante o inquérito policial e devolvido aos familiares. 

A defesa de Valderílio alega que as irmãs da vítima pediram pela perícia do celular após supostas mensagens de ameaças do réu à vítima. Durante o processo, as assistentes de acusação pediram que fossem juntadas mensagens de áudio e prints que comprovassem o recebimento.

Já durante a audiência, uma informante teria relatado ao magistrado que ficou com o aparelho após o falecimento de Eraldo e instalou seu WhatsApp antes de entregá-lo à polícia. Com isso, os advogados alegam que a perícia foi imprópria e que houve quebra da cadeia de custódia, pedindo então pela anulação e desentranhamento. 

A defesa também pede que, em caso de pronúncia para que Valdelírio vá a júri popular, seja retirada a qualificadora motivo fútil. A qualificadora se refere ao fato de que o assassinato aconteceu pelo fato do réu desgostar do desentendimento ocorrido entre Eraldo e a ex-companheira no bar, segundo a denúncia do MPMS.

‘Era trabalhador’, disse amigo sobre Eraldo

No dia seguinte ao assassinato, um amigo de Eraldo conversou com a reportagem do Jornal Midiamax e disse estava acordado quando ouviu as sirenes da polícia e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegando ao local. “Eu não acreditei”, contou.

Ele ainda revelou que ouviu da mãe de Eraldo, que ele não devia ter se envolvido com a mulher – que a vítima teria agredido.

Outra moradora disse que ouviu os barulhos e, ao sair para ver, percebeu que havia dois homens correndo na rua, sendo que pararam e começaram a discutir. “Não vi que um tinha morrido”, disse a moradora.

Eraldo era bastante conhecido na região, já que tinha uma oficina mecânica na Avenida Gunter Hans. 

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