O sargento da Polícia Militar Ygor Nunes Nascimento, preso durante uma operação da Polícia Federal, no dia 30 de junho deste ano, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, vai a julgamento nesta sexta-feira (27). Ele foi flagrado com celular dentro do presídio militar após a sua prisão.

O julgamento da ação deve ocorrer às 14h15 e poderá ser feito por videoconferência de dentro do presídio onde está detido o sargento. A decisão é do dia 18 deste mês, sendo que no mesmo dia a defesa pediu pela absolvição do sargento.

Na peça, a defesa alegou: “Quanto à narrativa acusatória, não merece procedência. Nesse ponto, imperioso atentar-se ao relato conferido em juízo pelo réu. Ygor relatou, com precisão e clareza, que não acompanhou o momento de recolhimento de sua mochila pessoal. Disse ainda que a mochila apenas lhe foi exibida sobre uma mesa, depois de sua prisão, onde foi aberta mediante filmagens. Tal fato também foi comprovado por vídeo juntado aos autos, que exibe, inclusive, espaço de acesso entre um armário e outro”.

Em setembro, o sargento foi flagrado com um celular no pátio do presídio, e por isso, o MPMS (Ministério Público Estadual) pediu para que o militar fosse incluído em um regime mais rígido, sendo levado para a Gameleira I. 

“Considerando as características do PME, com relevância a ausência de local adequado à permanência em regime disciplinar diferenciado, impõe-se também a transferência dele a outro estabelecimento prisional com condições de isolá-lo e com características de segurança condizentes com sua periculosidade, que seja, um dos presídios de regime fechado da Gameleira”, diz o MPMS.

Suspeito de escoltar traficantes em MS

O sargento é suspeito de escoltar traficantes no Estado e conhecido entre a organização criminosa como ‘Romanov’, segundo apontou a investigação. O militar estava há dois meses no DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e ainda passava pelo estágio probatório, quando foi preso.

Foram apreendidas uma pistola Glock com numeração suprimida, um carregador com 17 munições e outro carregador de fuzil. O terceiro sargento recebeu voz de prisão. Durante o depoimento, o militar resolveu se calar, não dando explicações sobre a arma com numeração raspada.

A operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra nove brasileiros, um italiano, um romeno e um grego, em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

O terceiro sargento teve a prisão preventiva decretada e, segundo o juiz plantonista, Valter Tadeu Carvalho, a prisão se faz necessária devido à “garantia da ordem pública; periculosidade do indiciado ou acusado”. 

“Entendo que no caso dos autos tais requisitos estão presentes, vez que a prisão em flagrante pelo crime de armas se deu em decorrência de cumprimento de mandado de prisão por suposto envolvimento do flagrado em organização criminosa, tendo ele sido flagrado com a arma e munições relacionadas quando saia de serviço”.