Para trabalhar em postos de saúde, guardas são treinados com arma de choque e spray de pimenta 

Servidores também farão segurança de funcionários e população em geral com os equipamentos, nos terminais de ônibus e praças

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GCMs com armas de choque durante treinamento. (Madu Livramento, Midiamax)

Cerca de 60 guardas civis de Campo Grande participam do 1º curso de formação de operadores de armamento não letal. Na ocasião, os GCMs conhecem diversos tipos de bombas, granadas, agentes químicos e aprendem a utilizar a arma de choque e sprays de pimenta e lacrimogêneo. O treinamento ocorre principalmente com servidores que atuam em unidades de saúde, terminais de transbordo e praças e parques. 

O coordenador de operações da GCM, Alexandre Pedroso, explicou que o curso ocorre com os GCMs mais antigos, pois já fazia parte do treinamento anual, porém os novos servidores passam por esse treinamento que já está incluso na grade curricular. 

Granadas de pimenta e gás lacrimogêneo.(Madu Livramento, Midiamax)

Ao todo, são 5 dias de curso divididos por turmas, onde eles aprendem toda a parte de legislação, teoria de funcionamento, princípio de eletricidade e voltagem, e operação com equipamento. “A finalidade é trazer segurança nas unidades de saúde, terminais de transbordo, unidades de acolhimento, para que tanto os agentes de segurança, quanto os funcionários ali tenham seus direitos resguardados, além da população”, afirmou.

“Ele é utilizado para cessar qualquer injusta agressão. Nas unidades de saúde, por exemplo, às vezes as pessoas podem estar alteradas e oferecer risco ali para médicos, enfermeiros. Então é para garantir a segurança e neutralizar essas ameaças. Quando a pessoa vem e atenta, vem, está com um pedaço de madeira, quebrando a unidade, resistindo a uma prisão. É um equipamento não letal, quando atua, ele dispara uma descarga elétrica que age no sistema nervoso central incapacitando temporariamente, descarga de 5 segundos. É o tempo que o agente tem para fazer a imobilização, o algemamento, quando necessária atuação com esse equipamento”, explica.

Seis guardas foram formados no Rio de Janeiro em setembro, onde passaram por treinamento intensivo de uma semana e estes atualmente instruem os outros no curso.

Granadas amostras durante curso de armamento não letal (Madu Livramento, Midiamax)

São vários tipos de armamentos não letais, entre eles os mais comuns, que são a arma de choque e os sprays de pimenta e lacrimogêneo, mas há também as bombas e granadas, como por exemplo o spray de pimenta em gel e em espuma a diferença é que em gel dura cerca de 30 minutos o efeito. Há ainda a granada AM500 para treinar o lançamento, a funcionalidade do dispositivo. Granada de luz e som, granada de pimenta indoor e outdoor para ambientes internos e externos, além da granada de gás lacrimogêneo. Munições de impacto controlado, granada de espuma para cessar o avanço. Há também a munição de elastômero, mais conhecida como bala de borracha usada com uma espingarda de calibre 12, entre outros. Granada de adentramento, usada para quebrar vidros, por exemplo, para entrar nos locais, a granada bailarina que gira enquanto solta fumaça, por isso o nome. Por fim, a granada que está sendo lançada pela marca Ecobor, de emissão de pimenta, que é ecológica. O corpo dela não é de borracha, nem de metal, é de papelão.

O secretário da Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social, Anderson Gonzaga, afirmou que foram compradas 33 Sparks (arma de choque). “Muitas das vezes esses servidores não têm o armamento letal, que é a pistola ou o revólver, então nós vamos equipá-lo com armamento não letal, que já é de extrema ajuda para que ele possa conter uma ação contra tanto a sua pessoa como a de terceiro, uma agressão”, disse. Já sobre os locais escolhidos como unidades de saúde e terminais, por exemplo, o secretário afirma que são lugares com grande fluxo de pessoas.

Ainda durante o treinamento, os próprios servidores passarão por esses testes. “Isso serve para que ele entenda a limitação dele, para então saber utilizar na pessoa. Então ele tem que ter a sensação para que possa executar de forma necessária e limitada, inclusive nós convocamos eles. Não são voluntários. É um curso obrigatório”, afirmou o secretário.

(Madu Livramento, Midiamax)

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