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Polícia

‘Não contaminaram cativeiro’, diz testemunha de execução de adolescente por briga de facções

Conforme delegado, réus tinham interesse em divulgar crime da facção criminosa
Nathália Rabelo, Danielle Errobidarte -
Júri desta quinta-feira (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

A 1ª Vara do Tribunal do ouviu, nesta quinta-feira (9), uma das testemunhas do crime de execução de adolescente de 17 anos ocorrido em 2019 devido a uma briga de facções em Campo Grande. Morte de Tiago da Silva de Jesus foi ordenada por rixa entre PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho). Conforme relatos, réus se preocuparam em “não contaminar cativeiro” onde Thiago foi mantido antes de ser assassinado.

Os seis réus são Dorvaci Nogueira Bezerra, Felipe Uchôas Barão, Mailson Pereira, Matheus Henrique de Oliveira Moraes, Matheus Pereira Fernandes e Weuller Gabriel da Silva de Almeida. Desses, apenas os dois primeiros foram intimados, mas não compareceram.

Além disso, o júri já havia sido marcado para 17 de novembro, mas precisou ser adiado porque a defesa de alguns réus pediu recurso ao TJMS e o juiz responsável pelo caso, Carlos Alberto Garcete, preferiu realizar o julgamento dos seis réus juntos. Eles são acusados de homicídio qualificado, cárcere privado e integrar organização criminosa.

Cativeiro não tinha vestígios de sangue

Conforme uma das testemunhas, o delegado Ricardo Meireles, que acompanhou o crime na época, os réus tiveram a preocupação de não deixar vestígios de sangue pela casa. O Dorvaci teria cedido sua casa para a vítima ficar em cárcere e se preocupou em “não contaminar o cativeiro”.

Ainda conforme o delegado, a facção teve interesse em divulgar a execução. Isso porque a investigação constatou que, no celular da vítima, os autores haviam enviado um link da matéria sobre a execução para a irmã do adolescente. Além disso, Thiago possuía uma postagem no com as siglas PJL (Paz, Justiça e Liberdade), que identificaria ele como membro do Comando Vermelho.

Tiago da Silva de Jesus foi morto no bairro Botânico, onde ficava a casa de Dorvaci, e seu corpo foi desovado no Aero Rancho, bairro popularmente habitado na Capital.

Relembre o caso

Tiago da Silva de Jesus, de 17 anos, teve a morte ordenada por presos em . O ‘julgamento’ foi feito via videoconferência na casa do Jardim Botânico.

Conforme as informações da Polícia Civil na época, Tiago era ligado ao CV e, sem saber, se envolveu com pessoas ligadas ao PCC. “Quando essas pessoas descobriram que ele era ligado ao Comando Vermelho, fizeram uma emboscada e o sequestraram”, contou o delegado Ricardo Meirelles.

Após cerca de 12 horas mantido em cárcere privado, foi realizado um ‘julgamento’ com os presos do PCC. “Após várias perguntas, eles pediram o Facebook e senha dele para confirmar a ligação e depois, de dentro do presídio, determinaram a execução”, afirmou Meirelles. Tiago foi agredido no local e morto no trajeto. O corpo foi deixado em uma rua do bairro Aero Rancho.

Depois de ser assassinado, um dos presos teria ligado para a irmã de Tiago usando o celular da vítima para dizer sobre o assassinato. Ele ainda teria enviado o link de uma matéria de um jornal local para confirmar a morte de Tiago.

Durante a investigação, um quinto envolvido na morte de Tiago, um rapaz identificado como ‘Simpson’, foi detido. Ele foi indiciado, colaborou com a investigação contando detalhes do crime.

O corpo de Tiago foi encontrado com um corte profundo no pescoço, em uma calçada, do bairro Aero Rancho, no dia 8 de janeiro. Uma moradora da região chamou a polícia depois de desconfiar do homem, que aparentemente dormia na calçada. Cordas foram encontradas aos pés da vítima, que tinha um cobertor que cobria o rosto e parte do corpo.

Após o júri desta quinta-feira, autoridades vão ouvir demais testemunhas e também os réus.

Réu ameaçou Batalhão de Choque dentro de presídio

O réu Matheus Henrique de Oliveira Moraes, envolvido na execução do adolescente, já usou as de dentro do Ptran (Presídio de Trânsito) com celular ilegal para ameaçar policiais do Batalhão de Choque, após a morte de Caio Matheus, de 21 anos, durante um confronto com os militares no Jardim Morenão em 2020.

Na época, ele usou o Facebook para fazer a ameaça ao saber da morte de Caio, com quem tem parentesco. “Pra vocêis aí que tão rindo do meu mano, pode ter certeza disso não vai ficar assim não ta bom. Vai ter volta isso, sangue se paga com sangue. Choque vai morrer safadaiada (sic)”, ameaçou.

Matheus cumpria pena por tráfico de drogas no Presídio de Trânsito de Campo Grande e ainda tem passagens por homicídio, dano, incêndio, lesão corporal e roubo.

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