No começo dos debates desta quarta-feira (19), em Campo Grande, do julgamento de Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios, o promotor Moisés Casarotto se dirigiu a mãe de Matheus Coutinho em plenário dizendo que o filho nunca vai poder usar a beca que Cristiane Almeida usa hoje para defender e ajudar na acusação dos culpados pelo crime.

O promotor ainda discorreu sobre a riqueza da família e poder que exerciam em Mato Grosso do Sul. A mãe de Matheus se emocionou com a frase do promotor que ainda disse que “sai a maior matança de MS. Vai morrer de picolezeiro a governador”. 

Promotor Moisés Casaroto e Cristiane, mãe de Matheus (Nathalia Alcântara, Midiamax)

O promotor ainda disse que existem provas para que os réus sejam condenados e que são promotores de Justiça e que não há perseguição no júri. “Uma das famílias mais poderosas do Estado. Jamais imaginariam sentar no banco dos réus deste plenário. Está sendo veiculado que é o julgamento da década, mas eu considero o maior da história”, fala o promotor.

Casarotto ainda fala do modus operandi da família em execuções no Estado, e como ocorreram os fatos no dia do crime, que acabou na morte de Matheus Coutinho. Ele fala que não só quem apertou o gatilho deve responder pelo crime, mas também o mandante, se dirigindo neste caso a Jamil Name Filho. 

Sai “a maior matança”, aponta a mensagem reproduzida pela acusação (Nathalia Alcântra, Midiamax)

O que motivou a execução?

As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família, na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.

Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão’, em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.

Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial.

Nesse período, Antônio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.

Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi mal visto.

A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocar o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.