Médico veterinário que ‘investiu’ R$ 1 milhão no tráfico em MS foi preso em condomínio de luxo

Considerado financiador do tráfico, veterinário foi alvo da 2ª fase da Operação Traquetos, do Gaeco

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Prisão aconteceu na manhã de segunda-feira (Henrique Arakaki,Arquivo Midiamax)

Médico veterinário, de 43 anos, apontado como ‘investidor’ que financiou R$ 1 milhão no tráfico de drogas, foi preso na última segunda-feira (21), quando saía de um condomínio de luxo, onde ele mora em Campo Grande. Ele foi alvo da 2ª fase da Operação Traquetos, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), contra organização criminosa do tráfico de drogas.

Na primeira fase, foram cumpridos nove mandados de prisão. Um CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), um dos alvos nas investigações, é apontado como um dos líderes da organização.

Já na segunda fase, nesta semana, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Corumbá e Santana de Parnaíba, em São Paulo.

De acordo com as investigações, o médico veterinário forneceu dinheiro para compra de cargas de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai. Um traficante, com condenação anterior na região de Jardim, que sabia como operar no esquema, é suspeito de ter intermediado a compra.

Organização sofisticada

Organização estruturada, articulada e com logística sofisticada: assim foi definido o grupo alvo da Operação Traquetos, deflagrada pelo Gaeco no dia 8 deste mês, na Capital.

A organização criminosa também traficava pedras preciosas e ouro, mas a base era o tráfico de drogas. As investigações mostram que o grupo chegou a transportar cerca de 10 toneladas de maconha.

Em interceptações telefônicas, investigadores do Gaeco descobriram a troca de 931 mensagens entre um dos líderes e outro membro do grupo. As mensagens foram trocadas em um período de 15 dias, entre 8 e 23 de junho. Os dois discutiam a retirada de 200 peças de maconha de uma garagem, que era usada por eles como ‘guarda-roupa’- termo usado para mencionar o local onde escondiam a droga.

“Já! Já retirou velho, eu já paguei tudo lá já, ai o GURI cobrou SETE CONTO, SETE PEÇA lá pra retirar e guardar lá, tem que ter DUZENTAS E DUAS PEÇAS lá certinho, ele já conferiu já, só falta o *** ligar o telefone e entrar em contato que o GURI lá vai buscar, eu já passei o telefone pro GURI só que chega aqui, chega lá ele não responde”, diz uma das mensagens interceptadas pelo Gaeco.

Em outra mensagem é possível perceber a preocupação dos membros da organização em relação à polícia que sempre estava na região. “Uma semana que é pra pegar o BAGULHO lá e ninguém pega mano, porra cara eu tô, é foda mano aqui toda hora tá POLÍCIA entrando aqui entendeu? Tá lotado aqui não dá pra ficar com o telefone em cima não”.

Segundo as investigações, outra preocupação da organização era a necessidade de encontrar outro lugar para armazenar a droga.

Em outra interceptação telefônica entre um casal, também alvo da operação, a mulher questiona o marido sobre como ele estava ligando para ela de dentro do presídio e o homem responde que entrou na unidade prisional com o chip do celular embaixo da língua.

Na conversa, o casal fala da movimentação financeira das atividades ilícitas. A ligação dura pouco mais de 3 minutos e o homem pede à mulher que salve seu novo número.

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