Ladrões de caminhonete presos em MS tinham empresa de rastreio veicular e davam até dicas na internet
Um deles, morto em confronto com policiais em Campo Grande, também tinha ONG e pedia doações a seguidores
Aline Machado –
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Agostinho Mota Maia Neto, de 41 anos, que morreu durante um confronto com policiais do Batalhão de Choque, na noite desse domingo (1), em Campo Grande, integrava uma quadrilha especializada em furtos de caminhonetes e é um dos sócios de uma empresa de proteção veicular com sede em Campinas, no interior de São Paulo.
No site da empresa – em que Neto era sócio de um outro comparsa da quadrilha, Jean Phelipe Assis Silva -, são oferecidos serviços de proteção contra roubos e furtos, perda total, assistência 24 horas, colisão, danos da natureza, carro reserva, proteção de vidros e rastreamento.
O suspeito que está preso aparece em diversos vídeos publicados nas redes sociais da empresa. Nas publicações, ele oferece dicas de contratação de seguro, além de explicar a diferença entre roubos e furtos de veículos. Em uma das propagandas sobre rastreador, ele menciona o índice de roubos de veículos no país.
O setor de inteligência da Polícia Militar acredita que o grupo usava o conhecimento tecnológico para realizar os furtos das caminhonetes, especialmente, modelo Hilux com fabricações entre 2019 e 2022, que era o principal alvo da quadrilha.
Agostinho também fazia postagens em nome de uma ONG (Organização Não Governamental) que levava seu nome, “Parceiros do Gu”. Constantemente, em suas redes sociais, pedia doações e postava vídeos de ações beneficiente de combate a fome.
Na noite desse domingo, os policiais foram a uma casa que era alugada pelo grupo no Bairro Santo Antônio, região próxima do aeroporto, onde a polícia recuperou no último dia 19, duas camionetes que os integrantes do grupo furtaram na cidade de Terenos.
Na casa alugada pela quadrilha, os policiais prenderam cinco integrantes. Um deles também foi apontado como sócio de Neto no ramo de proteção veicular. Um dos membros do grupo informou à polícia que era funcionário na empresa e que eles usavam um codificador para ligar as camionetes furtadas.
Conforme as informações obtidas pela polícia, o grupo estava na cidade há 15 dias. Agostinho era responsável por selecionar os veículo e outros integrantes ficavam responsáveis por dirigir as camionetes até Corumbá, cidade que faz fronteira com a Bolívia, onde os veículos eram negociados por R$ 30 mil. Os pagamentos eram realizados por meio de PIX de um doleiro de Corumbá ao doleiro de Belo Horizonte. Depois de receber os pagamentos, os valores eram repartidos.
Na casa onde a quadrilha foi presa, foram apreendidos cinco chapéus usados para disfarce, além um notebook, um relógio dourado marca Invicta; um relógio Invita prata; um Celular Samsung A32 branco; uma corrente dourada com crucifixo; e também um Rolex.
A reportagem tentou contato com celular e número de telefone oficiais da empresa, mas as ligações não foram atendidas. O espaço segue aberto para manifestação.
Confronto
O confronto aconteceu por volta das 22 horas, na Rua Brasília, próximo da Avenida Duque de Caxias, no Bairro Jardim Imá, em Campo Grande. Segundo a polícia, Neto estava em um veículo HB20 e saiu apontando uma arma para os policiais, logo após receber ordem para que saísse do carro. O militar revidou e acertou o suspeito. Ele foi socorrido, mas morreu pouco depois.
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