Justiça nega pedido de liberdade de sargento preso em operação suspeito de escoltar traficantes
Justiça alegou que PM tinha artefato bélico enquanto era integrante de organização criminosa
Thatiana Melo –
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A Justiça negou nesta terça-feira (15), o pedido de liberdade do policial militar Ygor Nunes Nascimento, preso durante uma operação da Polícia Federal, no dia 30 de junho deste ano, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande. O sargento é apontado pela PF como escolta de traficantes.
Segundo o parecer que negou a liberdade do sargento, “ao ser levado em consideração que o réu detinha tais artefatos bélicos enquanto fazia parte de uma organização criminosa paramilitar ligada ao comércio ilegal de drogas e armas em âmbito internacional, atuando na região fronteiriça entre o Brasil e o Paraguai”.
“Assim, não há como desvincular os fatos tal como pretende a defesa, pois foram justamente os indícios da participação do acusado na aludida organização criminosa que motivaram as ordens de busca e apreensão e de prisão preventiva em seu em seu desfavor”, fala a decisão que indefere o pedido de liberdade de Ygor Nunes.
Um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) foi instaurado para averiguar se em razão dessa conduta o PM reúne condições de permanecer na corporação ou não. O prazo do procedimento de praxe é de 30 dias, mas pode ser prorrogado por mais 30 dias. Enquanto isso, Ygor continua a receber o salário. Ele foi levado para o Presídio Militar Estadual depois de ser preso pelos colegas de farda após a expedição dos mandados de busca e apreensão e prisão feitos pela Polícia Federal.
Suspeito de escoltar traficantes em MS
O sargento é suspeito de escoltar traficantes no Estado e conhecido entre a organização criminosa como ‘Romanov’, segundo apontou a investigação. O militar estava há dois meses no DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e ainda passava pelo estágio probatório, quando foi preso.
Foram apreendidas uma pistola Glock com numeração suprimida, um carregador com 17 munições e outro carregador de fuzil. O terceiro sargento recebeu voz de prisão. Durante o depoimento, o militar resolveu se calar, não dando explicações sobre a arma com numeração raspada.
A operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra nove brasileiros, um italiano, um romeno e um grego, em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.
O terceiro sargento teve a prisão preventiva decretada e, segundo o juiz plantonista, Valter Tadeu Carvalho, a prisão se faz necessária devido à “garantia da ordem pública; periculosidade do indiciado ou acusado”.
“Entendo que no caso dos autos tais requisitos estão presentes, vez que a prisão em flagrante pelo crime de armas se deu em decorrência de cumprimento de mandado de prisão por suposto envolvimento do flagrado em organização criminosa, tendo ele sido flagrado com a arma e munições relacionadas quando saia de serviço”.
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