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Polícia

‘Não tem remorso’: Pais de jovens assassinados falam após ver autor do crime pela 1ª vez

Amigas de Karolina, policiais que atenderam crime e pais das vítimas foram ouvidos em 1ª audiência
Monique Faria, Mirian Machado -
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Mãe de Karolina e mãe de Luan ao fim da primeira audiência sobre assassinato. (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

“Raiva, ódio, desejo de vingança e esperança que a Justiça seja feita”, esse é o misto de sentimentos que vieram à tona nesta segunda-feira (10) por Ednamar Braga de Oliveira, mãe de Luan Roberto de Oliveira, de 24 anos, assassinado em abril deste ano, ao ver pela primeira vez o autor do disparo que levou a vida do filho, durante audiência sobre o caso no Fórum de Campo Grande.

Aos prantos a mãe contou à reportagem que ainda não tem palavras e que desde a partida do filho adoeceu também. Disse ainda que tem dias que não quer ouvir ou ver ninguém. “Eu sinto muita falta do meu filho. Ele era meu companheiro. Quando ele não estava trabalhando estava em casa. Tá muito difícil pra mim”, lamentou.

Autor acompanhou audiência, mas não prestou depoimento (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

O mesmo sentimento compartilha o pai afetivo e a mãe de Karolina Silva Pereira, de 22 anos. O padrasto, Luiz Henrique Azamor Torres, disse que não viu remorso no rosto do ex-namorado de Karol. “É duro relembrar todos esses momentos de pesadelo, mas de certa forma eu queria ver [autor], pra ver se tinha algum remorso. E não tem! A gente precisa de justiça”, pede.

A mãe de Karolina, Patrícia da Silva Leite, também estava muito abalada. Ela pede que seja feita Justiça e teme que a história se repita com outras pessoas. “Uma pessoa que atira em outra dessa forma, pode cometer esse crime novamente. A gente tem que pensar nisso. Infelizmente não posso abraçar minha filha mais, como a gente sempre fazia. Ela era muito amada, muito querida e sempre quis salvar vidas. Tinha se formado em técnica de enfermagem, nem conseguiu ir na formatura dela. A gente só quer justiça e paz”, afirmou Patrícia também sem conter as lágrimas em meio às memórias da filha.

Os advogados de defesa do autor afirmaram que a audiência é preliminar e que a defesa tem cinco dias para argumentar. “Desde que foi apresentado, ele não nega o cometimento do fato. Vamos nos resguardar para demonstrar as causas que levaram ao cometimento do crime. Procuramos respeitar a memória das vítimas”, afirmou os advogados, Caio Moura e Anthony Martinez.

Karolina e Luan foram assassinados em abril, no Jardim Monumento. (Foto: Reprodução / Redes sociais)

Assassinato e feminicídio

O crime ocorreu na madrugada do dia 30 de abril de 2023, no Bairro Jardim Monumento, em Campo Grande. O autor, ex-namorado de Karolina, a aguardava escondido na frente da casa dela, quando a viu chegar com Luan, porém cada um em uma motocicleta.

Luan a acompanhava até em casa, pois Karol teria falado que tinha medo do ex, que a perseguia.

Quando viu as vítimas, o autor se aproximou e apontou em direção à ex-namorada, atirou na jovem e Luan reagiu perguntando: “o que é isso?” Em seguida, ele atirou no tórax de Luan e atirou novamente na ex-namorada. Luan morreu no local e a mulher foi socorrida em estado gravíssimo, mas não resistiu e faleceu três dias depois no hospital.

No mesmo dia do crime, à noite, o autor se apresentou na delegacia e foi preso.

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