Jogo do bicho na Sejusp: investigação confirma que policiais trabalham para o crime organizado em MS
Gaeco confirma denúncia de servidores que vincularam ‘guerra do jogo do bicho’ com contravenção na Sejusp
Thatiana Melo –
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As investigações que deram origem a operação Sucessione contra o jogo do bicho, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na manhã desta terça-feira (5), em Campo Grande, descobriram que a organização criminosa estava inserida nos órgãos de segurança pública de Mato Grosso do Sul. Investigação confirmou denúncia de servidores que vincularam ‘guerra do jogo do bicho’ com contravenção na Sejusp, conforme antecipou o Midiamax em reportagem no mês de outubro.
A operação cumpriu 10 mandados de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Ponta Porã. O deputado Neno Razuk (PL) foi alvo da operação que cumpriu contra ela um mandado de busca e apreensão. Quatro assessores do deputado foram presos.
Segundo as investigações, a organização criminosa era responsável por diversos roubos praticados em plena luz do dia e na presença de outras pessoas, em Campo Grande, na disputa pelo monopólio do jogo do bicho local.
As investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem ‘grave penetração’ nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade.
O Jornal Midiamax entrou em contato com a Sejusp para posicionamento após as conclusões do Gaeco, mas não houve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Jogo do bicho na Sejusp
Segundo denúncia de servidores, a disputa pela jogatina expõe os laços da contravenção na Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul). Além do envolvimento direto de servidores públicos supostamente cooptados para atuar em favor do crime organizado, pressão política e até ameaças estariam por trás da mobilização dos grupos que disputam o mercado milionário do jogo do bicho campo-grandense.
Após a apreensão de 700 máquinas eletrônicas usadas pelo jogo do bicho em uma casa no Bairro Monte Castelo, a Sejusp teria se tornado foco da medição de forças entre os grupos que estavam tocando o jogo do bicho descentralizado em Campo Grande e um grupo que tem se anunciado como ‘novos donos do negócio’.
Em outubro deste ano, servidores relataram ao Jornal Midiamax supostas reuniões tensas e os corredores da Sejusp foram tomados por rumores de ‘pedidos’ para ‘cuidar das investigações’.
Roubo de malotes
Três boletins de ocorrência foram registrados por roubo destes malotes, e duas das três vítimas teriam reconhecido o sargento da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) como autor dos assaltos.
Nas três ocasiões, segundo os registros, o sargento teria usado uma pistola, ameaçado e intimidado os apontadores, na tentativa de fazê-los mudar de lado. Citando o nome do suposto interessado em assumir o jogo do bicho em Campo Grande, o policial da reserva sempre deixada um ‘recado’ ameaçador.
Na casa onde as máquinas foram apreendidas, uma pistola foi encontrada. A investigação das máquinas encontradas está a cargo do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). Além do sargento, um major aposentado da Polícia Militar também foi flagrado na residência.
A disputa pelo jogo do bicho em Campo Grande, que estaria sob o comando de um grupo de outro estado, teria envolvimento de servidores públicos da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul). O grupo rival teria assumido a Capital logo após a Operação Omertà desmantelar o grupo que mantinha a contravenção em Campo Grande.
Este grupo rival, logo após assumir, teria ‘comprado’ rivais para que não se instalassem na Capital. Agora, o grupo que lidera a região de fronteira de Mato Grosso do Sul tenta tirar do grupo rival o controle do jogo do bicho campo-grandense.
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