Flagrante: jogo do bicho continua em Campo Grande mesmo com guerra pelo controle do território
Última ofensiva da polícia contra a atividade ilegal aconteceu em outubro com 700 máquinas apreendidas
Thatiana Melo, Mirian Machado –
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A guerra pelo controle do jogo do bicho em Campo Grande ganhou novamente os holofotes com apreensão de 700 máquinas de apontamento em uma casa no bairro Monte Castelo. O confisco das máquinas voltou a atenção dos campo-grandenses para as bancas que ainda são facilmente encontradas em calçadas de várias regiões da cidade, apesar das ofensivas da polícia contra a ação criminosa.
Alguns pontos são disfarçados de bancas de venda de cigarros e títulos de capitalização. Disfarçada, a reportagem do Jornal Midiamax conseguiu localizar bancas em bairros da cidade. No Universitário, na Rua Ana Luísa de Souza, foi possível até fazer uma aposta, que custou R$ 5.
Quando a reportagem, que se passou por cliente, chegou a banca, quem atendia no local confirmou que fazia apostas no jogo do bicho. O homem ainda revelou que está no local há pelo menos 1 ano. Depois de fazer a aposta, a reportagem deixou o local.
Um tempo depois, identificada como imprensa, a equipe do Jornal Midiamax voltou à mesma banca. Mas dessa vez, como viu que se tratava de uma equipe de reportagem, o dono da banca negou que fizesse apostas do bicho.
Ele disse que apenas vendia cigarros e títulos de capitalização. Os blocos tradicionais de apontamentos dos jogos, no entanto, permaneceram sobre a bancada.
Confira abaixo o momento em que a reportagem consegue fazer uma aposta em banca do jogo do bicho:
Major suspeito de roubar malotes de grupos rivais
No dia 16 de outubro, 700 máquinas foram encontradas por policiais do Garras (Grupo Armado de Repressão e Resgate a Assaltos e Sequestros). Na casa onde foram encontradas as máquinas do jogo do bicho estava um major e um sargento aposentado da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul).
O sargento seria apontado como suspeito de ser autor de roubos cometidos contra apontadores do grupo rival que assumiu o jogo na Capital de Mato Grosso do Sul. Três boletins de ocorrência foram registrados por roubo destes malotes.
Nas três ocasiões, segundo os registros, o sargento teria usado uma pistola, ameaçado e intimidado os apontadores, na tentativa de fazê-los mudar de lado. Citando o nome do suposto interessado em assumir o jogo do bicho em Campo Grande, o policial da reserva sempre deixava um ‘recado’ ameaçador.
Na casa onde as máquinas foram apreendidas, uma pistola foi encontrada. A investigação das máquinas encontradas está a cargo do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). Além do sargento, um major aposentado da Polícia Militar também foi flagrado na residência.
Laços de contravenção na Sejusp
A disputa pelo jogo do bicho em Campo Grande, que estaria sob o comando de um grupo de outro estado, teria envolvimento de servidores públicos da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul). O grupo rival teria assumido a Capital logo após a Operação Omertà desmantelar o grupo que mantinha a contravenção em Campo Grande.
Este grupo rival, logo após assumir, teria ‘comprado’ rivais para que não se instalassem na Capital. Agora, o grupo que lidera a região de fronteira de Mato Grosso do Sul tenta tirar do grupo rival o controle do jogo do bicho campo-grandense.
Após a Omertà, um relatório foi entregue com uma lista de novos possíveis grupos que poderiam tentar entrar no Estado, no domínio do jogo do bicho. O relatório foi entregue ao Dracco, que cuida das investigações sobre organizações criminosas.
Após a apreensão de 700 máquinas eletrônicas usadas pelo jogo do bicho em uma casa no bairro Monte Castelo, a Sejusp teria se tornado foco da medição de forças entre os grupos que estavam tocando o jogo do bicho descentralizado em Campo Grande e um grupo que tem se anunciado como ‘novos donos do negócio’.
Servidores relataram ao Jornal Midiamax supostas reuniões tensas e os corredores da Sejusp foram tomados por rumores de ‘pedidos’ para ‘cuidar das investigações’.
Além da mudança da unidade policial responsável pelo caso, até o suposto afastamento ou transferência de delegados estariam entre as medidas que supostamente atenderiam a um dos lados.
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