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Polícia

Faxineira da UEMS é demitida após denunciar injúria racial: ‘Foi liberta e parou de levar chibatada’

Acadêmico de biologia foi denunciado pela vítima, que alega ter sido demitida após prestar queixa sobre o ocorrido
Thatiana Melo, Aline Machado -
homem idosos
Caso foi registrado como injúria racial (Foto: Arquivo/Midiamax)

Uma mulher, de 59 anos, registrou um boletim de ocorrência por injúria racial contra um acadêmico do curso de biologia da (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) em . Janice Andrade, advogada de defesa da vítima – que era terceirizada e prestava serviços na instituição há mais de seis anos – afirma que a cliente foi demitida depois de prestar queixa sobre o aluno.

Conforme a denúncia, registrada nessa terça-feira (21), a situação ocorreu no dia 21 de outubro, em uma sexta-feira. A vítima tinha acabado de limpar a sala do curso de Turismo, quando alguns alunos da de Biologia entraram com alimentos e bebidas. Ela os advertiu: “Quando terminarem deixem limpo, pois não sou escrava”. Em seguida, um dos alunos respondeu: “Você foi liberta em 1.888 e parou de levar chibatadas”.

O fato foi comunicado à direção da Universidade, mas o aluno teria negado as acusações. Na segunda-feira seguinte, dia 23 de outubro, a funcionária foi demitida. A defesa afirma que a alegação da demissão foi um conflito entre a faxineira e um acadêmico.

“Estamos no mês da consciência negra. Não adianta nada fazerem discursos bonitos e tratarem funcionários da limpeza como serviçais. Ela é uma mulher preta, de quase 60 anos, que estava a três anos da aposentadoria e foi demitida porque comunicou um crime em que ela foi a vítima. Isso não pode acontecer. A Universidade se exclui da responsabilidade porque ela era terceirizada, mas isso aconteceu dentro da instituição e ela no mínimo precisa tomar uma atitude em relação ao aluno”, declara.

A empresa Guatós Prestadora de Serviços nega que a demissão tenha sido provocada pelo conflito entre a ex-funcionária e o acadêmico. Segundo eles, ao serem informados sobre o caso, propuseram remanejar a funcionária para outra empresa para qual prestam serviços, o que teria sido recusado por ela.

“Tomamos o cuidado de afastar o funcionário para resguardá-la durante as apurações do fato, mas ela não quis ficar em nenhum outro lugar, portanto, para que ela não tivesse a perda das verbas indenizatórias, que ocorrem com pedido de demissão, a colocamos em estado de demissão futura para que ela receba todos os seus direitos. Ela cumpre o aviso e se achar por bem permanecer, a colocaremos em outro local”, garante o gerente de recursos humanos Paulo Andrade.

Procurada pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax para falar sobre o caso, a Universidade pontuou que está ciente da situação e que o fato é apurado e investigado pela Ouvidoria. Confira a nota na íntegra:

“Estamos cientes do ocorrido e informamos que o caso está sendo apurado e investigado pela Ouvidoria da UEMS.

Casos relacionados às denúncias de qualquer tipo e instância são tratadas diretamente por nossa equipe da Ouvidoria. Toda denúncia recebida é tratada da mesma forma, sempre seguindo os protocolos que incluem sigilo das partes envolvidas.

Reforçamos que as denúncias, e sugestões sobre a UEMS podem ser feitas diretamente pelo botão disponibilizado no rodapé do site.

O sistema nacional, Fala.BR, é um canal integrado para encaminhamento de manifestações (acesso a informação, denúncias, reclamações, solicitações, sugestões, elogios e simplifique) a órgãos e entidades do poder público”.

*Matéria editada às 18h33 para acréscimo de informações.

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