Empresário que não foi encontrado durante operação do jogo do bicho deve se apresentar, diz defesa

Oito mandados de prisão temporários foram cumpridos

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Gaeco faz operação contra o jogo do bicho, deputado e mais 10 são alvos de investigação (Nathalia Alcântara, Midiamax)

O empresário José Eduardo Abdulahad, um dos alvos da Operação Sucessione, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), contra o jogo do bicho, nesta terça-feira (5), em Campo Grande, deve se apresentar segundo a defesa, Rhiad  Abdulahad, informou ao Jornal Midiamax, nesta quarta-feira (6).

De acordo com Rhiad, que é filho de José Eduardo, a defesa ainda não teve acesso aos autos, sendo que foram informados pelo magistrado que o Gaeco ainda não teria devolvido as diligências para o juiz. Sobre o empresário, o advogado não entrou em detalhes, afirmando apenas que José irá se apresentar.

De dez, oito mandados de prisão temporária foram cumpridos contra suspeitos de envolvimento com o crime organizado do jogo do bicho que inclusive estaria inserida nos órgãos de segurança pública de Mato Grosso do Sul. Todos os presos estavam em uma casa onde foram apreendidas 700 máquinas do jogo do bicho, no último dia 16 de outubro, no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande.

No total foram expedidos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Os mandados de prisão foram cumpridos em Campo Grande e Ponta Porã. O deputado Neno Razuk (PL) foi alvo da operação que cumpriu contra ele um mandado de busca e apreensão. Na casa do deputado foram apreendidos celulares, uma pistola e um tablete do filho de Neno Razuk.

Assessores do parlamentar também foram presos, entre eles, Diego Souza Nunes, o major aposentado da Polícia Militar Gilberto Luiz dos Santos, o ‘Barba’, além do sargento aposentado da PM, Manoel José Ribeiro, conhecido como ‘Manelão’.

Confira os nomes dos alvos dos mandados de prisão

  • Diego Souza Nunes – assessor parlamentar de Neno Razuk, que estava no QG do jogo do bicho
  • José Eduardo Abdulahad, conhecido como ‘Zeizo’ – empresário na fronteira e pai de Riadh Abdulahad, que está atuando na defesa de alguns dos presos na operação;
  • O sargento aposentado da PM- Manoel José Ribeiro, conhecido como ‘Manelão’ – assessor parlamentar de Neno Razuk;
  • O major aposentado da PM, Gilberto Luiz dos Santos – assessor parlamentar do deputado. ‘Barba’ como é conhecido o militar também estava no QG do jogo do bicho;
  • Júlio César Ferreira dos Santos – filho do major aposentado;
  • Mateus Júnior Aquino
  • Taygor Ivan Moretto Pelissani – também estava no QG do jogo do bicho, e foi preso trÊs dias depois com uma pistola em Ponta Porã;
  • Tiano Waldemor de Moraes – estaria envolvido nos roubos dos malotes do grupo rival;
  • Valmir Queiroz Martinelli – seria o responsável pela aquisição das máquinas do jogo do bicho que foram encontradas na casa, no Monte Castelo;
  • Luiz Paulo Bernardes Braga

Jogo do bicho na Sejusp

Segundo denúncia de servidores, a disputa pela jogatina expõe os laços da contravenção na Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul). Além do envolvimento direto de servidores públicos supostamente cooptados para atuar em favor do crime organizado, pressão política e até ameaças estariam por trás da mobilização dos grupos que disputam o mercado milionário do jogo do bicho campo-grandense.

Após a apreensão de 700 máquinas eletrônicas usadas pelo jogo do bicho em uma casa no Bairro Monte Castelo, a Sejusp teria se tornado foco da medição de forças entre os grupos que estavam tocando o jogo do bicho descentralizado em Campo Grande e um grupo que tem se anunciado como ‘novos donos do negócio’.

Em outubro deste ano, servidores relataram ao Jornal Midiamax supostas reuniões tensas e os corredores da Sejusp foram tomados por rumores de ‘pedidos’ para ‘cuidar das investigações’.

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