Menores com idades a partir de 15 anos foram flagrados trabalhando em condições inadequadas em bancas que vendem capas para celulares e prestam serviços de assistência técnica. Em muitas dos locais alvos da Operação ‘Nightmare’ – deflagrada nesta terça-feira (21), na região Central de Campo Grande -, os trabalhadores, contratados de forma irregular, não tinham direito a água e nem acesso a banheiro.

A situação, segundo o delegado da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), Reginaldo Salomão, será denunciada ao Ministério do Trabalho para que as medidas cabíveis sejam adotadas.

“Encontramos vários menores trabalhando em condições totalmente inapropriadas, sem água, sem acesso ao banheiro, sem qualquer registro, ou direito trabalhista. Muitos relataram que recebem R$ 20 entre vale-transporte e alimentação, mas quem é que se alimenta com pouco mais de R$ 10 no centro da cidade? Essa situação será encaminhada para o Ministério do Trabalho para que eles possam tomar as providências”, afirma.

Problema começa na fronteira

A Operação ‘Nightmare’ que contou com a participação de 44 policiais, fechou oito bancas de celulares e lojas de assistência técnica e apreendeu mais de 18 mil produtos entre baterias, cabos, capinhas, carregadores, fones de ouvido, máquina de cartão e películas.

Os produtos apreendidos eram vendidos sem nota fiscal. O delegado da Decon afirma que o problema maior está na disputa pela venda desses materiais para os comerciantes que compram e revendem em Campo Grande.

“Ninguém percebe que o problema é muito maior e começa na troca de tiros que acontece na tríplice fronteira todos os dias para que esse produto chegue e seja vendido aqui de forma mais barata. O consumidor precisa entender isso porque eles querem comprar mais barato e favorecem essa prática criminosa”, ressalta.

A Operação ‘Nightmare’ que traduzindo para o português significa pesadelo, surgiu por conta das reclamações de consumidores sobre a qualidade dos materiais vendidos nas lojas alvos da operação.

Equipes da Decon, do Procon-MS (Secretaria-Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor), Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), GOI (Grupo de Operações e Investigações), Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), da 1ª e 3ª Delegacia de Polícia, Deleagro (Delegacia Especializada de Combate aos Crimes Rurais e Abigeato) e da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) participaram das ações.