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Polícia

Execução de adolescente em ‘Tribunal do Crime’ do PCC tem 4 dos 6 réus condenados

Vítima teria sido identificada como membro de fação criminosa rival, foi sequestrada, mantida em cárcere e assassinada
Mirian Machado -
Júri desta quinta-feira (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Quatro dos seis réus foram condenados em um total de 66 anos e 9 meses de prisão pelo assassinato do adolescente Tiago da Silva de Jesus, de 17 anos, em 2019, em “Tribunal do Crime”, espécie de julgamento realizado por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) no ano de 2019 em .

O principal motivo seria por rixa entre facções. Thiago teria sido identificado como membro da facção CV (Comando Vermelho) e por isso foi sequestrado e mantido em cárcere até o “julgamento”. Depois foi assassinado e teve o corpo desovado na Rua Onze Horas, no Bairro Aero Rancho.

Os seis réus são Dorvaci Nogueira Bezerra, Felipe Uchôas Barão, Mailson Pereira, Matheus Henrique de Oliveira Moraes, Matheus Pereira Fernandes e Weuller Gabriel da Silva de Almeida.

Dorvaci faleceu e teve extinta a punibilidade. Matheus Pereira foi absolvido.

Já Felipe, Weuller e Matheus Henrique foram condenados. Cada um a 16 anos de prisão por homicídio qualificado pelo motivo torpe, organização criminosa e por cárcere privado. Apenas Mailson foi condenado a 18 anos e 9 meses. Ele teve um agravante por ser reincidente e a pena foi aumentada em dois anos.

Matheus Pereira, Felipe e Dorvaci durante prisão na época (Foto: Arquivo Midiamax)

Relembre o caso

Tiago da Silva de Jesus, de 17 anos, teve a morte ordenada por presos em Campo Grande. O ‘julgamento’ foi feito via videoconferência na casa do Botânico.

Conforme as informações da Polícia Civil na época, Tiago era ligado ao CV e, sem saber, se envolveu com pessoas ligadas ao PCC. “Quando essas pessoas descobriram que ele era ligado ao Comando Vermelho, fizeram uma emboscada e o sequestraram”, contou o delegado Ricardo Meirelles.

Após cerca de 12 horas mantido em cárcere privado, foi realizado um ‘julgamento’ com os presos do PCC. “Após várias perguntas, eles pediram o Facebook e senha dele para confirmar a ligação e depois, de dentro do presídio, determinaram a execução”, afirmou Meirelles. Tiago foi agredido no local e morto no trajeto. O corpo foi deixado em uma rua do bairro Aero Rancho.

Depois de ser assassinado, um dos presos teria ligado para a irmã de Tiago usando o celular da vítima para dizer sobre o assassinato. Ele ainda teria enviado o link de uma matéria de um jornal local para confirmar a morte de Tiago.

Durante a investigação, um quinto envolvido na morte de Tiago, um rapaz identificado como ‘Simpson’, foi detido. Ele foi indiciado, colaborou com a investigação contando detalhes do crime.

O corpo de Tiago foi encontrado com um corte profundo no pescoço, em uma calçada, do bairro Aero Rancho, no dia 8 de janeiro. Uma moradora da região chamou a polícia depois de desconfiar do homem, que aparentemente dormia na calçada. Cordas foram encontradas aos pés da vítima, que tinha um cobertor que cobria o rosto e parte do corpo.

Após o júri desta quinta-feira, autoridades vão ouvir demais testemunhas e também os réus.

Réu ameaçou Batalhão de Choque dentro de presídio

O réu Matheus Henrique de Oliveira Moraes, envolvido na execução do adolescente, já usou as de dentro do Ptran (Presídio de ) com celular ilegal para ameaçar policiais do Batalhão de Choque, após a morte de Caio Matheus, de 21 anos, durante um confronto com os militares no Jardim em 2020.

Na época, ele usou o Facebook para fazer a ameaça ao saber da morte de Caio, com quem tem parentesco. “Pra vocêis aí que tão rindo do meu mano, pode ter certeza disso não vai ficar assim não ta bom. Vai ter volta isso, sangue se paga com sangue. Choque vai morrer safadaiada (sic)”, ameaçou.

Matheus cumpria pena por tráfico de drogas no Presídio de Trânsito de Campo Grande e ainda tem passagens por homicídio, dano, incêndio, lesão corporal e roubo.

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