A defesa de Jamil Name Filho protagonizou um bate-boca na volta do julgamento desta terça-feira (18), com o promotor do Gaeco, Gerson de Araújo, por não concordar com a ordem das perguntas a serem feitas para o advogado, testemunha de Name, no segundo dia do júri.

A defesa se levanta para falar sobre a ordem das perguntas quando o juiz Aluízio Pereira fala: “Faz parte da acusação, mas tudo bem”. Em seguida, o magistrado logo é rebatido: “A ordem deve ser observada”.

Assim, o promotor Gerson de Araújo se levanta e começa a discutir com a defesa de Name. “É relevante doutor”, fala o juiz, se referindo à defesa de Jamil, que ainda retruca: “Depende do ponto de vista”.

A discussão termina, e a testemunha passa a ser ouvida. O advogado fala que trabalhou para a família Name entre os anos de 2003 e 2017. “Só trabalhava com documentação. Examinava os documentos de propriedades”, disse o advogado.

Ele ainda negou ver a família andar armada, assim como, os seguranças. “Eu só tratei com empresários. Trabalhava na área cível. Depois de 2014, começamos a ter problemas porque Jamilzinho nos tratava mal e terminou os serviços”, disse a testemunha.

Antes do advogado, quem prestou depoimento foi o delegado do Garras, João Paulo Sartori. Durante o depoimento do delegado Paulo Sartori, a defesa de Jamil Name Filho, o ex-ministro do STJ, Nefi Cordeiro, fez questionamento sobre ‘recordações’ que estavam sendo colocadas para os jurados no caso da investigação da Operação Omertà deflagrada depois da morte de Matheus Coutinho, em abril de 2019.

“Os jurados estão ouvindo do que o senhor (Sartori) se recorda, e eu digo que está errado. Há 1 dia estamos ouvindo policiais sobre o que sem lembram”, fala a defesa, que é rebatida pelo delegado. “Deixa os debates para depois, pode fazer a pergunta”, diz Sartori.

Segundo dia de júri

Neste segundo dia do júri, considerado o julgamento da ‘década’, vão sentar no banco para depor Eliane Benitez Batalha, a peça-chave da operação desencadeada após o assassinato de Matheus, em 2019, filho do ex-militar Paulo Xavier, conhecido como ‘PX’. 

Na época em que Marcelo Rios foi preso com a descoberta da casa das armas, Eliane prestou depoimento no Garras, onde chegou a ficar com os filhos. Ela relatou que o marido na época trabalhava para a família Name, e que estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX’.

Eliane ainda detalhou que pegou conversas do marido que tinha como missão entregar dinheiro a um delegado para atrasar as investigações de Ilson Figueiredo, morto na Avenida Guaicurus, com vários tiros de fuzil. O delegado Márcio Shiro Obara era quem estava à frente do caso, já que na época era titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), que depois passou a ter como titular o delegado Carlos Delano, que participou da Força-Tarefa da Omertà.