Defesa de veterinário preso por ‘investir’ R$ 1 milhão no tráfico em MS acusa Gaeco de ‘invenção’

Considerado financiador do tráfico, veterinário foi alvo da 2ª fase da Operação Traquetos, do Gaeco

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Ilustrativa do Gaeco (Henrique Arakaki, Midiamax)

Sem provas e absurda: assim foi definida pelo advogado Augusto Mendes Araújo, do médico veterinário preso apontado como investidor de R$ 1 milhão no tráfico de drogas, a segunda fase da Operação Traquetos, deflagrada no dia 21 deste mês. A defesa entrou com pedido de liberdade do médico veterinário.

De acordo com Araújo, o médico veterinário não teria ligação nenhuma com o CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), alvo da primeira fase da operação, que aconteceu no dia 8 de março deste ano. Segundo o advogado, o Gaeco não tem provas e não apresentou provas da ligação de que o médico veterinário seria financiador de tráfico de drogas ou que teria qualquer ligação com a organização criminosa. 

Ainda segundo a defesa, o pedido de mandado contra o médico veterinário foi feito no dia 13 de março, mas só agora em agosto foi deferido. Araújo ainda fala que a juíza responsável pelo deferimento dos mandados se declarou suspeita logo depois. 

Araújo entrou com pedido de liberdade do médico veterinário, que deve ter seu pedido analisado até esta quinta-feira (31). Na segunda fase da operação, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão, em Campo Grande, Corumbá e Santana de Parnaíba, em São Paulo.

O médico veterinário foi preso quando saía de seu condomínio de luxo, por volta das 9h40 da manhã. Ele é apontado pelo MPMS (Ministério Público Estadual) como quem teria fornecido dinheiro para compra de cargas de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai. Um traficante, com condenação anterior na região de Jardim, que sabia como operar no esquema, é suspeito de ter intermediado a compra.

Organização sofisticada

Organização estruturada, articulada e com logística sofisticada: assim foi definido o grupo alvo da Operação Traquetos, deflagrada pelo Gaeco no dia 8 deste mês, na Capital.

A organização criminosa também traficava pedras preciosas e ouro, mas a base era o tráfico de drogas. As investigações mostram que o grupo chegou a transportar cerca de 10 toneladas de maconha.

Em interceptações telefônicas, investigadores do Gaeco descobriram a troca de 931 mensagens entre um dos líderes e outro membro do grupo. As mensagens foram trocadas em um período de 15 dias, entre 8 e 23 de junho. Os dois discutiam a retirada de 200 peças de maconha de uma garagem, que era usada por eles como ‘guarda-roupa’- termo usado para mencionar o local onde escondiam a droga.

“Já! Já retirou velho, eu já paguei tudo lá já, ai o GURI cobrou SETE CONTO, SETE PEÇA lá pra retirar e guardar lá, tem que ter DUZENTAS E DUAS PEÇAS lá certinho, ele já conferiu já, só falta o *** ligar o telefone e entrar em contato que o GURI lá vai buscar, eu já passei o telefone pro GURI só que chega aqui, chega lá ele não responde”, diz uma das mensagens interceptadas pelo Gaeco.

Em outra mensagem é possível perceber a preocupação dos membros da organização em relação à polícia que sempre estava na região. “Uma semana que é pra pegar o BAGULHO lá e ninguém pega mano, porra cara eu tô, é foda mano aqui toda hora tá POLÍCIA entrando aqui entendeu? Tá lotado aqui não dá pra ficar com o telefone em cima não”.

Segundo as investigações, outra preocupação da organização era a necessidade de encontrar outro lugar para armazenar a droga.

Em outra interceptação telefônica entre um casal, também alvo da operação, a mulher questiona o marido sobre como ele estava ligando para ela de dentro do presídio e o homem responde que entrou na unidade prisional com o chip do celular embaixo da língua.

Na conversa, o casal fala da movimentação financeira das atividades ilícitas. A ligação dura pouco mais de 3 minutos e o homem pede à mulher que salve seu novo número.

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