Apontado como gerente de uma organização criminosa, alvo da Polícia Federal na deflagração da Operação Cavok, em agosto de 2020, mantinha ligações com ucranianos, segundo investigação feita pela Federal. A defesa pediu pela liberdade, que foi negada pela Justiça.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, o gerente usava, além do WhatsApp, o signal, de um aplicativo de chat amplamente usado por organizações criminosas para ocultar diálogos comprometedores, já que as mensagens são deletadas automaticamente, após a leitura, e o cadastro não é vinculado a um terminal telefônico específico, mas sim a um ID gerado pelo usuário. 

Com estas conversas, foi descoberto que o gerente mantinha diálogos com interlocutores de DDI da Ucrânia, ostentando armamento de grosso calibre, com o ‘cabeça’ da organização e com o piloto com quem conversava sobre o uso da aeronave de prefixo PR-PSA para tráfico de drogas. 

Além de contatos com ucranianos, a PF ainda descobriu que o gerente mantinha atividades ilegais em garimpo. Ele ainda prestou assessoria ativa ao ‘cabeça’ da organização, sendo o homem de confiança. Há indícios de que o líder da organização fez uma transferência de R$10 mil para o gerente a fim de arcar com os custos da viagem e estadia em Americana, São Paulo, além de ter entregado a quantia de R$ 5 mil.

A defesa do apontado como gerente da organização criminosa pediu pela liberdade, no dia 24 deste mês, mas o Tribunal Regional Federal da 3º região negou. O juiz substituto, Ricardo Duarte Ferreira disse, “A sua soltura representa a possibilidade de frustrar a investigação, diante da possibilidade de alteração de provas e manipulação de testemunhas.”. 

Operação Cavok

Operação Cavok, deflagrada pela Polícia Federal em agosto do ano passado, foi desencadeada para desarticular esquema de tráfico internacional de drogas na fronteira com o Paraguai. Na ocasião, foram apreendidas 23 aeronaves usadas na logística do crime organizado. 

Durante as investigações foi interceptada pela Polícia Nacional Paraguaia, no dia 24 de novembro de 2019, uma aeronave transportando cerca de 130 quilos de cocaína. Na oportunidade, o investigado que pilotava a aeronave utilizada no transporte da droga conseguiu se evadir da ação policial.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Ponta Porã e englobaram ainda o sequestro de 23 aeronaves de pequeno porte, as quais eram utilizadas pelo grupo para o transporte das drogas a partir dos países vizinhos, além de três imóveis rurais e um de apartamento de luxo, todos localizados no estado de Goiás e se encontram avaliados em aproximadamente 40 milhões de reais.