Nesta terça-feira (29) foi realizada a primeira audiência de instrução de julgamento dos réus pela morte da pecuarista Andreia Aquino Flores, de 38 anos. Testemunhas foram ouvidas, mas o interrogatório dos acusados foi adiado.

A audiência foi presidida pelo juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal. Nesta terça, 6 testemunhas de acusação foram ouvidas, uma presencialmente e as outras por videoconferência.

O rapaz ouvido presencialmente foi quem vendeu a arma de brinquedo para os réus. Uma das testemunhas faltou e a defesa alegou necessidade de que esta fosse ouvida.

Assim, deve acontecer nova audiência para que a testemunha seja ouvida. Da mesma forma, o interrogatório dos réus vai acontecer em nova data, já que serão os últimos a serem ouvidos.

Pecuarista foi morta em crime de latrocínio

Lucimara Rosa Nunes, 43 anos a filha, Jéssica Neves Antunes, 24 anos, e o cunhado Pedro Benhur, 21 anos respondem pelo crime de latrocínio. A pecuarista Andreia foi morta no dia 28 de julho, em casa, em um condomínio na Chácara Cachoeira.

Menos de duas semanas depois a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte da vítima, sendo que os autores já estavam presos. Lucimara, que há mais de 7 anos trabalhava com a família de Andreia, foi indiciada pelo latrocínio junto com a filha e o cunhado.

Conforme relatado pela Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), os três autores agiram com um simulacro de arma de fogo. Eles também usaram uma faca, para tentarem roubar da vítima R$ 50 mil.

Ainda conforme a polícia, o valor seria transferido por PIX para a filha da funcionária de Adriana. Assim, Jéssica sacaria o valor, a pretexto que teria sido obrigada pelos supostos assaltantes e depois o dinheiro seria repartido entre as partes.

Já a funcionária de Andreia, Lucimara, ficaria com R$ 30 mil, enquanto a filha e Pedro ficariam com R$ 10 mil cada. No entanto, o crime acabou saindo do controle dos acusados.

Isso, porque Andreia foi morta por asfixia pelo rapaz, de 21 anos, e após a morte o trio decidiu roubar objetos de valor. Então, foram levados um Macbook, dois iPhones e uma caixa de som JBL, produtos avaliados em aproximadamente R$ 15,5 mil.

Assim, a Derf concluiu que o crime todo foi premeditado, planejado no dia anterior. Momentos antes do latrocínio, a funcionária ainda tirou o cachorro da vítima da casa, deixando o animalzinho em um pet shop, para não dificultar a ação criminosa.

Também durante as investigações, os policiais encontraram na casa de Jéssica, no Bairro Cristo Redentor, duas carcaças dos celulares das vítimas, além de pedaços de fita ‘silver tape’, idênticas às encontradas no local do crime e usadas para amarrar Andreia.

Já nos fundos do imóvel, em um terreno baldio, foram encontradas as carcaças dos celulares da funcionária da pecuarista e da filha. Com o rapaz de 21 anos, que acabou preso em Dourados, foi encontrada a caixa de som, além de roupas, sendo um casaco, uma calça e um boné e também a faca usada no crime.

Foi solicitado exame de DNA, para confrontar o material biológico de Andreia e o material colhido do pano encontrado no local do crime. Isso porque a informação é de que o rapaz colocou o pano na boca da vítima, até que ela acabou morrendo asfixiada.

Trio se tornou réu pelo latrocínio

Para a Polícia Civil, a funcionária foi a mentora do crime e teria agenciado a filha e o cunhado. Não foi comprovada a participação da irmã de Adriana nos crimes, apesar do nome ter sido citado pelas autoras após a prisão em flagrante. Ela chegou a ser ouvida na Derf.

Em depoimento, a irmã confirmou que ofereceu dinheiro para a funcionária de Andreia, para intermediar um acordo com a pecuarista. Ela pretendia se ajustar com a irmã, já que os advogados de Andreia colocavam óbices nas transações familiares.

Apesar disso, ela negou saber que a funcionária daria um ‘susto’ em Andreia ou mesmo algum tipo de violência. Os três envolvidos foram indiciados por latrocínio, denunciados e se tornaram réus ainda no mês de agosto.