Capotamento envolvendo dois veículos na noite deste sábado (26) em Corumbá, cidade a 429 quilômetros da Capital, terminou em confusão entre os motoristas. Um policial federal, testemunha do acidente, teve que ser desarmado e foi detido pela Polícia Militar.

Segundo informações do boletim de ocorrência da Polícia Militar, que o Jornal Midiamax teve acesso, o condutor da pickup seria agente da Polícia Federal e trafegava pela Rua Antônio João, sentido norte-sul, e disse que o semáforo estava verde para ele, no cruzamento com a Rua América.

Já o motorista do segundo veículo, um Citroen, afirmou ter avançado o sinal vermelho, confessando ter causado o acidente. Além disso, ele confirmou que não possui CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e estava com sua esposa como passageira.

Segundo o registro policial, a passageira sentia dores no joelho esquerdo e na cervical. Ela teria sido levada para atendimento em uma viatura do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Segundo a Polícia Militar, o policial federal apresentava odor etílico, apesar de estar calmo, e o condutor do Citroen teria confirmado a ingestão de bebida alcoólica. Um outro rapaz, também policial federal, que acompanhava o motorista, teria dito que seu companheiro de trabalho não iria fazer o teste do bafômetro.

Em seguida, segundo relatado pela guarnição, teria dito “quer ferrar o colega?”, e teria dito que “deveria existir cordialidade entre os policiais, pois eles seguram muitos boletins de ocorrência de corrupção da Polícia Militar (sic)“.

Na sequência, ele teria perguntado aos militares “onde mais existe corrupção? Está se doendo?”, que responderam que ele poderia responder por desacato. Segundo o policial, ele teria dado dois passos para trás e levado a mão direita na cintura, com intenção de saque.

Nesse momento, o policial federal envolvido no acidente teria conversado com o colega, que desistiu de sacar a arma. Mesmo assim, os militares alegam que o policial federal teria continuado com as ofensas e dito que “havia estudado muito para não fazer parte dessa instituição corrupta (sic)“, se referindo à Polícia Militar.

O PF teria dito que havia acionado a ostensiva federal. Foi chamada a equipe da Força Tática da Polícia Militar e ambas as partes teriam resolvido que o autor seria convidado a ir até a delegacia de Polícia Civil para registro do boletim de ocorrência.

O federal teria se negado, sendo desarmado e algemado. Enquanto isso, chegaram viaturas da Polícia Federal, segundo a PM, “a ação dos componentes da força policial foi de entender e amenizar o fato (sic)“. O autor foi algemando e conduzido no compartimento de presos.

A delegada plantonista determinou a entrega da arma do policial federal e, nesse momento, ele teria perguntado sobre seu telefone e, segundo os PMs, dito “vê aí, algum guardinha deve ter colocado na bolsa. Por isso sou papa ferro (gíria policial usada para representar policiais federais), até o TAF (Teste de Aptidão Física) deles é uma m*** (sic)“.

O condutor do Citroen foi autuado por dirigir embriagado e sem CNH, e o motorista da pick-up por recusar a fazer o teste do bafômetro. Os veículos permaneceram no local do acidente.