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Polícia

Policial civil acusado de estuprar presa em delegacia já tinha passagem pelo mesmo crime

Crime de estupro consta na ficha do investigador antes de assumir o cargo
Thatiana Melo, Renata Portela -
Delegacia de Sidrolândia (Arquivo)

O policial civil de 41 anos, preso em flagrante nesta semana por estuprar uma detenta de 28 anos na delegacia, ao menos duas vezes – segundo relato da vítima – já respondia pelo mesmo crime. Na ficha do investigador, que assumiu cargo em 2014 conforme publicação do Diário Oficial, já constava o crime de estupro desde 2012.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o servidor público tem no histórico de ocorrências uma autoria de estupro, datada de 2012. Informações do registro policial dão conta que, na época, o servidor público tinha 31 anos e começou um relacionamento com uma adolescente, de 16 anos. Ela procurou a delegacia e relatou que o ‘namoro’ era mantido em segredo, a pedido do policial, já que ela era menor de idade.

A jovem relatou que o suspeito manteve com ela relações sexuais não consensuais, por vários meses. Ele ainda a teria apresentado para outro homem, que também foi acusado de estuprar a adolescente. Os dois ainda teriam obrigado a vítima a ingerir bebidas alcoólicas e usar drogas, fato pelo qual o registro foi feito como estupro e tráfico de drogas.

A vítima chegou a relatar que não procurou a polícia antes por medo, já que era ameaçada pelos acusados. Concursado, o investigador foi nomeado para ingressar na Polícia Civil de em 2014, conforme publicação do Diário Oficial do Estado.

O processo tramita em sigilo e não há informação se o policial chegou a ser condenado. O caso que resultou na em do agente também está sob sigilo.

Estuprou mulher na delegacia

O policial civil é acusado de retirar a mulher da cela da delegacia em , a 70 quilômetros de , e a estuprar na Sala Lilás, destinada para atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica. Câmeras da delegacia registraram o momento em que o investigador retira a interna da cela e também quando ele entrega um celular para outros presos.

A princípio, o policial teria entregado o celular para tentar silenciar os detentos. O crime foi descoberto na manhã de terça-feira (12), quando o caso foi registrado e o investigador preso. Os presos teriam solicitado a presença da delegada e, então, relatado os fatos.

Os internos contaram que ouviram a vítima chorando na noite anterior. Foi então que a mulher revelou para os internos que foi estuprada pelo policial. Os detentos ainda teriam questionado o investigador, porém ele respondeu que nada tinha acontecido.

Policial tentou omitir o crime

A princípio, o servidor alegou que a presa estava menstruada e por isso teria retirado a vítima da cela. No entanto, a delegada conversou com a vítima, que contou o ocorrido. Segundo relato da mulher, o investigador foi até a cela dizendo que o advogado dela estava no local para conversar.

A detenta foi retirada da carceragem e levada até uma sala, com sofá cinza. Na sala havia brinquedos de crianças espalhados pelo chão, local identificado depois como a ‘Sala Lilás’ da delegacia. O investigador obrigou a vítima a manter relação sexual sem consentimento.

A vítima ficou bastante abalada e teria contado sobre o caso chorando. Ela ainda foi ouvida em novo depoimento e contou que já no dia 4 de abril o mesmo policial civil a levou para um quarto, onde havia uma bicama e um banheiro. Ela também foi estuprada pelo mesmo investigador naquela ocasião.

Após o crime, a mulher foi obrigada a tomar banho. O policial também ameaçou a vítima naquela ocasião, dizendo que iria atrás dela “até no inferno”, caso ela contasse sobre os estupros para alguém. As filmagens mostram o momento em que a vítima foi retirada da cela na segunda-feira, e que retorna aproximadamente 20 minutos depois.

O celular foi entregue pelo policial aos presos por volta das 19h30. A interna que dividia cela com a vítima foi ouvida como testemunha e também confirmou que a colega foi retirada da cela. O policial civil foi preso em flagrante.

Caso é investigado pela Corregedoria

Conforme apurado pelo Midiamax junto à assessoria da Polícia Civil, o policial foi preso em flagrante pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O caso segue em segredo de Justiça por determinação da lei e todas as medidas já foram tomadas pelo órgão correcional.

O policial está preso em uma cela da 3ª Delegacia de Campo Grande.

*Matéria editada para acréscimo de informação

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