Pais de ao menos três crianças já procuraram delegacia após prisão de fonoaudiólogo por estupro

Ele foi detido em flagrante pelo crime durante um atendimento

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Famílias de possíveis vítimas procuram a Depca
Famílias de possíveis vítimas procuram a Depca

Após a prisão de um fonoaudiólogo no fim da tarde de quarta-feira (9), famílias de ao menos três crianças já procuraram a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). As crianças faziam tratamento com o mesmo profissional e as famílias levaram até a unidade por precaução.

Conforme a delegada titular da Depca, Fernanda Félix, até o momento nenhuma outra criança relatou na delegacia que sofreu violência por parte do fonoaudiólogo, que está preso preventivamente. Mesmo assim, são registrados boletins de ocorrência por preservação de direito e é feita recomendação aos pais.

As famílias, ao saberem da prisão do profissional, começaram a procurar a delegacia após terem percebido algum tipo de comportamento nas crianças. Os pais de um menino, de apenas 3 anos, relataram ao Midiamax que a criança ficava chorosa quando tinha que fazer as sessões sozinha, sem a mãe.

Ao todo, o menino passou por 6 consultas, sendo que a última ocorreu no dia 1º de fevereiro. A criança fazia tratamento com o profissional porque estava com atraso na fala e as consultas aconteciam uma vez por semana.

Não relataram violência

Segundo a delegada Fernanda Félix, as crianças não chegaram a relatar em depoimento especial, com acompanhamento de psicólogo, que sofreram algum tipo de violência por parte do fonoaudiólogo. No entanto, são crianças pequenas e que têm dificuldade na fala e na comunicação, justamente por isso faziam o tratamento.

Além disso, os pais são orientados para que as crianças passem por atendimento psicológico continuado, para identificar se houve algum tipo de violência sexual. Caso constatado, mesmo futuramente, o fonoaudiólogo responderá por estes crimes. “Por enquanto não tem materialidade”, afirmou a delegada.

Já no caso da prisão em flagrante do profissional, durante atendimento a um menino de 8 anos, foi constatada materialidade e autoria e o acusado permanece preso preventivamente.

Prisão em flagrante

Para o Jornal Midiamax, o advogado da família, Silvio de Almeida, relatou que o menino já fazia o tratamento com o fonoaudiólogo há 5 meses. Recentemente, ele teria conversado com o irmão mais velho, de 10 anos, que também já fez sessões de fonoaudiologia.

O caçula então perguntou se era normal que o fonoaudiólogo passasse a mão nos órgãos genitais. O irmão disse que não e orientou a criança, que contou sobre o ocorrido para a mãe. O menino teria um atendimento na quinta-feira, mas como não poderia acompanhar, a mãe adiantou para esta quarta.

Ela acompanhou o filho, ficou na recepção e pediu para ele sair correndo da sala e gritar caso alguma coisa acontecesse. Assim, com 15 minutos de sessão o menino saiu chorando, aos prantos, da sala. A mulher foi até a sala do fonoaudiólogo, com uma testemunha, e o deteve até a chegada da polícia.

O profissional teria colocado a criança na maca, passado a mão na barriga do menor e, depois, teria tocado as partes íntimas do garoto. O homem, de 30 anos, foi preso em flagrante, mas tentou negar o crime. ‘Não fiz nada’, disse. Já o menino prestou esclarecimentos em depoimento especial, acompanhado de psicóloga, confirmando novamente os abusos.

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