Além cumprir mandados em Campo Grande, e Ponta Porã, a operação desencadeada pela Polícia Federal também mira empresas do lado paraguaio. Um dos alvos da ‘Fluxo Capital' é Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã. Para garantir o êxito das buscas e apreensões, a operação é realizada em conjunto com a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai.

O objetivo da ação que envolve os dois países é desmantelar organização criminosa responsável pela lavagem do dinheiro por meio de movimentações milionárias, com a utilização de “laranjas”, empresas de fachada e contadores. 

As investigações mostraram que o grupo não se limitava à lavagem do dinheiro do traficante “Cabeça Branca”, tendo relação também com diversas outras organizações criminosas atuantes em território nacional, envolvidas em outros delitos além do tráfico de drogas.

Durante as investigações, descobriu-se a movimentação financeira de R$ 4 bilhões pelas empresas controladas direta ou indiretamente por apenas um dos investigados. Foram apreendidos aproximadamente R$ 12 milhões em espécie no curso das investigações. O controle da movimentação do dinheiro era feito por doleiros, donos de casas de câmbio, instalados no Paraguai. 

Segundo informações da Senad, as investigações revelam um esquema de pessoas físicas e jurídicas que recebiam grandes somas de dinheiro oriundo do tráfico de drogas e de outras práticas criminosas que eram feitas por meio de transações virtuais em diversos países.

Ainda de acordo com estimativas da Senad, essas remessas que foram aplicadas em diversas movimentações de fachada, podem totalizar mais de US$ 2 milhões de dólares. O esquema de transferência de dinheiro ilícito envolveu operadores em diversas localidades, tanto do Brasil quanto do Paraguai.