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Polícia

Em nota, Prefeitura de Campo Grande diz que polícia ignorou alerta da juíza e fez ‘espetáculo’

Prefeitura diz que confia e espera que investigação não seja usada para beneficiar ninguém
Renata Portela -
Equipes cumpriram mandado na Prefeitura - Foto: Henrique Arakaki/Midiamax

Na tarde desta terça-feira (9), a Prefeitura de divulgou nota oficial sobre as diligências realizadas no prédio pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). A ação apreendeu computadores, no âmbito das investigações sobre denúncias de assédio feitas contra o ex-prefeito e atual candidato ao Governo do Estado Trad (PSD).

A prefeitura compara a ação com um ‘espetáculo’, se assemelhando à nota oficial feita pelas advogadas de Marquinhos, Andréa Flores e Rejane Alves de Arruda, que chamam a operação de ‘midiática’.

Confira a nota na íntegra:

“Os servidores da prefeitura de Campo Grande foram surpreendidos hoje, no início da manhã, com ação da Polícia Civil, que fechou a entrada deles ao prédio principal, em horário de expediente.

Causa estranheza o procedimento utilizado, que contou com viaturas cercando o prédio, policiais com armamentos pesados e, por parte da delegada, a atitude agressiva na abordagem aos servidores, inclusive com gritos, para ao final serem apreendidos dois computadores. Vale ressaltar que em nenhum momento houve qualquer impedimento ao cumprimento da medida.

A estranheza está principalmente no fato de que a juíza recomendava outra abordagem, anotada no pedido de busca e apreensão:

“Ressalto que a retirada dos equipamentos eletrônicos da Prefeitura Municipal deverá ocorrer apenas na hipótese de impossibilidade de extração no próprio local, o que deverá ser especificamente justificado no auto a ser lavrado, tudo visando minimizar percalços à continuidade dos serviços prestados no local.” (Grifo da juíza)

Ante a recomendação, a ação esteve mais próxima do espetáculo, e não da preocupação em “minimizar percalços à continuidade dos serviços prestados no local”.

A Administração Municipal defende a apuração urgente dos fatos e confia na Justiça, e principalmente que uma investigação séria e equilibrada não seja usada como arma para beneficiar quem quer que seja”.

Ação foi acompanhada por procurador jurídico

Conforme a delegada Maíra Pacheco, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), nesta terça foi feita perícia nos locais indicados pelas vítimas que denunciaram que sofreram assédio sexual – o gabinete da Prefeitura. Além disso, foram apreendidos dois computadores, que agora passam por perícia.

Também é feita análise para identificar registro de entrada e saída de pessoas do gabinete. Em resposta ao que foi alegado pela prefeitura, a delegada Maíra explicou que, como era feita a perícia no local, foi necessário que não houvesse pessoas ali.

Além disso, afirmou que toda a ação foi acompanhada por um procurador jurídico do município, que o tempo todo esteve presente na diligência.

Mandado foi cumprido

Os policiais civis foram até o 1º andar, onde fica o setor de finanças, e no 2º andar, onde está o gabinete uma vez ocupado pelo então prefeito . Durante a ação, pelo menos 50 funcionários do município ficaram fora do prédio da Prefeitura em razão dos trabalhos feitos pela Polícia Civil, que impediu a entrada dos servidores.

A Polícia Civil instaurou inquérito policial para apurar os casos no último dia 5 de julho, mas a ocorrência é de 2020. O inquérito policial trata dos crimes de estupro, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, assédio sexual, importunação sexual, perseguição, posse sexual mediante fraude e vias de fato.

Denúncias de assédio sexual

Após o primeiro registro feito por uma das vítimas, na Corregedoria da Polícia Civil, no mês passado, outras mulheres procuraram a Deam para fazer denúncias de assédio. Em coletiva no dia 26 de julho, a delegada do caso, Maíra Pacheco, afirmou que a informação de suposto pagamento feito às mulheres para registrarem denúncias não consta no inquérito, mas conforme a delegada tudo seria investigado e caso seja provado que as mulheres tenham recebido dinheiro, elas podem responder por testemunho. O crime tem pena de 2 a 4 anos, além de multa.

“Mas, não diminui outras denúncias das outras vítimas que procuraram a delegacia”, disse Maíra Pacheco. Ainda segundo a delegada, sobre as denúncias de assédio sexual, em “crimes como esse, a única materialidade são os relatos das vítimas. Temos de ter respeito em um país patriarcal”.

Na época, a delegada ainda explicou que outras pessoas estavam sendo investigadas, mas não revelou por quais crimes e nem a quantidade de suspeitos. O inquérito deve ser concluído em 30 dias. Não existe ainda previsão de quando Marquinhos Trad deve ser ouvido.

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