‘Ela tinha medo de separar e ele a matar’, diz avó de Natalin, assassinada por ex-militar

O ex-militar, Tamerson Ribeiro, chegou a levar a enteada na escola com o corpo de Natalin no porta-malas de carro

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(Henrique Arakaki, Midiamax)

Alcilene Albuquerque de Freitas, avó de Natalin Nara Garcia Freitas Maia, de 22 anos, morta pelo marido Tamerson Ribeiro, em fevereiro deste ano, disse durante o julgamento, nesta sexta-feira (25), que a jovem tinha medo de separar e ser morta pelo ex-militar da Aeronáutica.

A avó contou que ela incentivava Natalin a se formar, fazer uma faculdade, e que criou a neta como se fosse sua filha. Alcilene ainda contou que passou a virada do ano com Natalin e que em uma das conversas que teve com a neta, ela revelou que o casamento não estava bem.

Ainda segundo a avó de Natalin, ela falou que queria se separar, mas tinha medo de Tamerson matá-la. Ela, então, respondeu à neta: “Não, minha filha, ele jamais faria isso com você”. 

Quando Natalin foi assassinada, a avó relatou que ligaram informando que ela tinha sofrido um acidente. “Saímos de lá (Paranaíba) no desespero”, disse Alcilene. Durante seu depoimento no juri, ela faz um questionamento. “Por que ele fez isso? Já que não ia dar certo, por que ele impediu uma vida? A menina ia se formar agora, e deixou uma criança de 4 anos”, falou aos jurados.

Ainda segundo a avó de Natalin, a filha da vítima sempre pergunta pela mãe, falando da saudade que sente e como resposta ouve: “Sua mãezinha está lá no céu”. Alcilene disse que até hoje sofre com a ausência da neta. 

Levou enteada para a escola com Natalin dentro do porta-malas

Após matar Natalin com um mata-leão, o ex-militar da Aeronáutica enrolou o corpo em um lençol, colocou no porta-malas e esperou o dia clarear.  Ele ainda simulou conversas no WhatsApp fingindo ser Natalin para despistar a polícia.

Tamerson relatou que quando Natalin chegou à residência do casal, ela teria passado a xingá-lo, ofendê-lo e estapeá-lo, momento em que teria tentado segurá-la aplicando um mata-leão. Natalin caiu desacordada e Tamerson teria tentado acordá-la, mas acabou percebendo que a jovem estava morta. 

O militar, então, a teria enrolado em um lençol e colocado o corpo dentro do porta-malas do carro. Ele esperou o dia clarear e levou a filha de 4 anos para a escola, com o corpo escondido no carro. Depois foi até a rodovia e pegou uma estrada de chão, onde desceu, retirou o corpo e o arrastou até o matagal, onde o abandonou. 

Feminicídio

O crime aconteceu na madrugada do dia 4 de fevereiro, na residência do casal, no Residencial Oliveira. Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Tamerson e Natalin conviviam maritalmente há quatro anos e tinham uma filha. Naquele dia, a vítima chegou em casa de madrugada e o casal teve uma discussão, quando Tamerson estrangulou a esposa com os braços, em um golpe de ‘mata-leão’.

A denúncia foi recebida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Tamerson esteve preso na Base Aérea de Campo Grande, quando foi detido em flagrante após o corpo de Natalin ser encontrado, mas foi transferido ao presídio após a exclusão da FAB. 

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