Neta de cacique, adolescente de 13 anos morta em aldeia foi esganada por ciúmes

Ex-namorado foi indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver

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Ariane era neta do cacique Getulio, guardião da Casa de Reza da Jaguapiru (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Após confessar o assassinato de Ariane de Oliveira, de 13 anos, moradora da Aldeia Jaguapiru, na Reserva Indígena Federal de Dourados, cidade distante 225 quilômetros de Campo Grande, o ex-namorado da vítima disse que a menina foi morta por esganadura. Seu corpo foi encontrado 8 dias depois do sumiço, em avançado estado de decomposição.

Em conversa com a reportagem do Jornal Midiamax, o delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados, Dermeval Neto, explicou que estiveram no local dois investigadores e uma escrivã. Ação contou com o apoio das lideranças da aldeia Jaguapiru.

Segundo o delegado, o crime foi tipificado como feminicídio e também ocultação de cadáver, uma vez que após ter matado a ex-namorada, o rapaz escondeu o corpo em uma área de mata nas proximidades da aldeia. “Ele confessou a prática do delito e disse que matou Ariane por ciúmes, mediante esganadura”, explicou Dermeval.

Ainda durante o depoimento, o assassino confesso disse estar arrependido e que não queria ter cometido o crime. Ele permanece apreendido em uma cela da Depac e aguarda decisão da Justiça ao pedido de internação provisória feito pelo delegado.

Mobilização e solidariedade

O desaparecimento de Ariane, que é neta do cacique Getúlio de Oliveira e de Dona Alda, rezadores da Aldeia Jaguapiru e guardiões da Casa de Reza, mobilizou indígenas de toda a comunidade e também da aldeia Bororó.

A reportagem do Midiamax apurou que foram feitas equipes de buscas com apoio das principais lideranças da Reserva. “Seu Getúlio e Dona Alda são guias espirituais que têm um trabalho reconhecido na Reserva e merece todo o nosso apoio e solidariedade nesse momento de dor”, disse uma amiga da família.

Essa mesma fonte, que é professora em uma das escolas da comunidade indígena, relatou que os pais de Ariane também são pessoas que têm um trabalhado prestado na aldeia.

“Todos estão passando por um momento de grande sofrimento que atingiu a todos. Ainda havia uma esperança de que ela pudesse estar viva”, disse.

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Ariane tinha 13 anos (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

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