Investigações no âmbito da Operação Omertà apontam que, após a prisão de Elton Leonel Rumich, o Galã do PCC (Primeiro Comando da Capital), réus na ação aguardavam para executar o grupo criminoso comandado pelo líder da facção em Ponta Porã. As mortes ocorreriam após Elton ser transferido para um Presídio Federal.

Conforme apontado pelo (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Fahd Jamil e o filho Flavinho agiam com o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, como forma de obterem informações privilegiadas e sigilosas. Isso tudo, inclusive sobre as investigações em curso dos assassinatos que teriam ocorrido a mando dos réus.

Além disso, Everaldo, o ‘Jabá', também estaria levantando informações sobre organizações criminosas rivais e repassando aos órgãos de segurança, como forma de enfraquecer os grupos, possibilitando que a família de Fahd “atuasse e eliminasse diretamente seus rivais”. Também conforme o Gaeco, essa maneira de agir teria ficado clara com o grupo comandado por Galã do PCC.

Segundo a acusação, Flavinho teria recebido a informação de que Galã estaria preso em Bangu 1. Com isso, teria feito pedido para que a liderança do PCC fosse transferida para unidade federal, “porque tem um pessoalzinho dele aqui que tá pela bola 8, entendeu? Pra acabar com a raiz dele aqui”, aponta trecho decupado pelo Gaeco.

A princípio, o grupo estaria aguardando o isolamento de Elton Leonel para eliminar os demais integrantes do grupo, “para acabar com a vinculação dele na região de fronteira”, aponta a peça. Conversas de do policial federal indicam que ele questionou a um contato sobre o ‘paradeiro' de Elton e se ele seria transferido.

Por fim, o Gaeco afirma que Fahd e Flavinho pagavam propina a Everaldo e outros agentes para propiciar o bom funcionamento das atividades da organização investigada na Omertà. As informações estão na peça de impugnação à contestação das defesas dos réus na terceira fase da operação, a Armagedon.

Ameaças do PCC

Fahd Jamil, 79 anos, se entregou à Polícia Civil na manhã da última segunda-feira (19) e desde então é mantido em cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco e a Assaltos e Sequestros). A defesa já solicitou a prisão domiciliar, sob alegação da debilidade do réu por problemas de saúde.

Além disso, em carta pública Fahd disse que sofre ameaças do PCC. Na audiência de custódia, realizada na tarde do dia 20, ele chegou a comentar que teria sofrido ameaça direta da facção criminosa há pouco mais de um mês. Após a audiência, foi definido que ele passaria por perícia médica para que então seja definido onde ficará preso.

A decisão deve ocorrer nos próximos dias, após o juiz Roberto Ferreira Filho analisar os laudos e também as respostas dos órgãos responsáveis sobre se há local adequado para que o réu seja mantido preso.