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Polícia

Pedreiro ‘serial killer’ enfrenta primeiro júri e defesa acredita em julgamento rápido

Há poucas testemunhas para serem ouvidas em plenário
Arquivo -
Cleber na casa de Timótio no dia em que a vítima foi encontrada
Cleber na casa de Timótio no dia em que a vítima foi encontrada

Na quarta-feira (10), Cleber de Souza Carvalho, 45 anos, vai enfrentar o primeiro julgamento pela série de assassinatos que é acusado. Ele será julgado na 2ª Vara do Tribunal do Júri pela morte de Timótio Pontes Roman, de 62 anos, última vítima a ser encontrada pela polícia no dia 16 de maio de 2020.

Advogado de defesa, Dhyego Fernandes estreia no Tribunal do Júri com o julgamento de Cleber e acredita que a sessão deve ser curta, já que há poucas testemunhas. “Os advogados trabalham para garantir ao Cleber um direito de defesa, direito fundamental”, esclareceu. Também atua na defesa o advogado José Vinicius Teixeira.

A defesa não adiantou as teses que devem ser sustentadas em plenário. Até o momento, Cleber é réu em pelo menos 6 processos, sendo que responde por 7 homicídios. O último processo que tramitava em sigilo e foi aberto é sobre a morte de Roberto Geraldo Clariano, terceira vítima encontrada na ação com a polícia em 15 de maio.

Morte de Timótio

Interrogado em audiência, Cleber falou sobre a morte de Timótio. Segundo ele, o idoso era conhecido do bairro, sempre conversavam, mas não tinham uma amizade mais próxima. No final de 2017, Timótio teria pegado dinheiro emprestado de Cleber, que conseguiu o valor com um agiota de quem, segundo ele, sempre pegava dinheiro. Foram R$ 3 mil, que seriam cobrados a juros, somando R$ 450 à conta por mês.

Mesmo com o passar dos anos, Cleber alegou que Timótio não pagava nem mesmo os juros. Ele, no entanto, repassava os juros ao agiota. “Ele não pagou e por isso aconteceu o que aconteceu”, disse. Cleber chegou a relatar que o valor de dívida beirava R$ 18 mil, mas não se importaria se a vítima pagasse só R$ 5 mil, por exemplo, pois poderia quitar a dívida com o agiota.

Briga e homicídio

Cleber, que trabalhava como pedreiro, foi procurado por Timótio para fazer um serviço na calçada da frente, que estava esburacada. Ele cobraria R$ 50 e pediu para vítima comprar areia e cimento. Naquele dia 2 de maio de 2020, Cleber chegou a casa da vítima por volta das 6h30.

Na calçada, ele não viu o material que usaria para a obra. Mesmo assim desceu as ferramentas e, segundo relato, deixou o carrinho com as ferramentas nos fundos da casa de Timótio, para que não ficasse na calçada e não fosse furtado. Depois, a vítima levou o pedreiro até um banheiro, também nos fundos da casa, para mostrar um vazamento.

Timótio teria pedido para que Cleber também realizasse aquele serviço. Em determinado momento, o réu começou a cobrar a vítima da dívida, que já havia se comprometido a pagar naquela semana. Os dois tiveram uma discussão e Cleber, então, alegou no interrogatório que ‘perdeu a cabeça’ neste momento.

“Começamos a discutir, perdi a cabeça e bati nele. Sou uma pessoa muito calma, sou trabalhador, mas nesse dia até cobrei mais barato, era só para ele me pagar”, disse. Segundo o réu, ele então pegou o cabo da picareta que estava com as ferramentas e golpeou Timótio. Os dois golpes acertaram a cabeça do idoso, que caiu.

“Vou terminar de matar logo”, disse Cleber ao ser questionado pelo juiz do motivo pelo qual jogou o corpo da vítima no poço. Ele ainda contou que chegou a pensar que se a vítima acordasse, poderia ligar para a polícia, por isso decidiu jogar o corpo no poço.

O réu, que já teve até mesmo pedido de declaração de insanidade mental feito pela defesa, chegou a relatar que estava com a cabeça perturbada, pois estava pensando no que havia ocorrido com José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos.

Leonel foi morto por Cleber um dia antes da morte de Timótio. Ele chegou a relatar no interrogatório que só após a morte de Timótio voltou até a casa de Leonel e o enterrou.

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