O julgamento do delegado Fernando Araújo da Cruz Júnior, acusado do homicídio do boliviano Alfredo Rangel Weber terá 13 jurados no tribunal. O júri que aconteceu nesta quarta-feira (23), será por videoconferência, já que Fernando está detido em uma cela em Campo Grande. 

NO Tribunal serão ouvidas as testemunhas de defesa e o magistrado que preside o caso é André Luiz Monteiro que avaliou pedidos tanto da defesa do delegado quanto do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). O promotor de justiça Luciano Bordignon Conte também participa do julgamento, segundo o site Capital do Pantanal.

O júri foi inicialmente marcado para abril, mas como a defesa tentou recurso, precisou ser reagendado para junho.

Relembre o caso

O boliviano Alfredo Rangel Weber foi esfaqueado em uma festa em 23 de fevereiro de 2019 e depois socorrido, sendo levado de ambulância para Corumbá. Conforme apurado pela polícia, o delegado Fernando interceptou a ambulância e o matou a tiros antes de chegar ao hospital.

No entanto, a autoridade policial achou que não havia testemunhas do crime e foi pega de surpresa quando informada pelo investigador Emmanuel Contis de que a irmã da vítima estava na ambulância e viu o assassinato.

Em meio à trama do homicídio, testemunhas foram coagidas sendo uma delas o motorista da ambulância, que teve como advogada a mulher de Fernando. No entanto, o que o casal não esperava era que policiais bolivianos e até um promotor usassem de chantagem para extorquir os dois, com pedido de R$ 100 mil para que não implicassem o delegado ao assassinato.

Na tentativa de encobrir os rastros do crime, até execuções dos policiais e delegados que estavam investigando o caso foram arquitetadas por Fernando e Emmanuel, que informava ao delegado todos os passos das investigações.

Fernando e Emmanuel foram presos em 29 de março daquele ano, em ação da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) e (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros). A nova denúncia de ameaças foi registrada em setembro de 2020, com o delegado já preso.

Segundo as vítimas, mesmo detido ele teria tentado ordenar a execução dos colegas de trabalho. O caso segue em investigação e serão realizadas audiências.