A defesa de Maurílio Ferreira Azambuja estaria negociando a apresentação do ex-prefeito à polícia depois da deflagração da Operação Dark Money feita pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), nesta quarta-feira (22), em Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande.

De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, o advogado de Maurílio, Rodrigo Dalpiaz, estaria negociando a sua apresentação à polícia ainda nesta quinta-feira (23), mas o horário para que o ex-prefeito vá até a sede do Dracco não foi definido. Os presos durante a operação estão Campo Grande, onde foram ouvidos. 

Seis pessoas foram presas temporariamente. Imagens aéreas mostram a chegada do comboio trazendo os presos para a Capital. Os presos são: Lenilso Carvalho Antunes, o ex-secretário de finanças do município, Daiana Cristina Kuhn, que já foi secretária municipal de administração, Iasmin Cristaldo Cardoso, que atuou como diretora do Departamento de Tesouraria, Pedro Emerson Amaral Pinto – empresário dono da Tapeçaria Lobo e Fernando Martinelli Sartori, que atuou como assessor especial de gabinete.

Durante a operação, foi apreendido um barco com carretinha, discos rígidos e foi feito bloqueio de diversas contas bancárias, tanto de pessoas físicas como jurídicas. Ao todo, foram R$ 109 mil apreendidos em cheques e R$ 143 em espécie. Armas e joias também foram apreendidas.

Operação mirou servidores públicos

A ação mirou servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal nos anos de 2019/2020, bem como empresários e empresas com envolvimento no esquema. O desvio dos cofres públicos chegou à ordem de R$ 23 milhões, segundo a polícia.

Ainda conforme o Dracco, foi constatada a criação de uma conta bancária de fachada, diversa da oficial e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos mais de 150 repasses de verbas públicas em menos de 1 ano. 

A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 lâminas de cheques, que totalizaram mais de R$ 23 milhões, a empresas, sem qualquer embasamento jurídico para amparar os pagamentos.

Muitas das empresas beneficiárias dos valores não mantinham relação jurídica com a prefeitura — licitação, contrato ou meio legal que amparasse a transação financeira. Além disso, não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas.

Foram encontrados alvos no Paraná. Um deles acabou localizado e preso em um hotel. As ações foram realizadas em Maracaju, Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande e envolveram 60 policiais civis do Estado — e ainda na cidade de Umuarama através de uma equipe da Polícia Civil do Paraná.