Presta depoimento nesta sexta-feira (19), no Coren (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), a mulher que foi estuprada, no , por um enfermeiro quando estava internada em tratamento de Covid-19, em fevereiro deste ano.

A mãe da mulher, de 56 anos, também presta depoimento sobre os fatos. Ela falou com o Jornal Midiamax e disse que a filha nunca mais será a mesma, que toma remédios controlados, e, às vezes, tem picos de desespero. “O ato de ele (autor) estar fantasiado de enfermeiro não irá tirar o brilho de outros profissionais”, disse a mulher.

Segundo ela, foi um processo muito doloroso pelo qual a filha passou e passa, e que não vai desistir indo até o fim. O enfermeiro, que foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável, não compareceu à audiência. Segundo o advogado de defesa, a ausência seria para não constranger a vítima. O profissional pode ter o registro cassado ao final do processo de ética disciplinar, se assim entender o conselho. 

Indiciado por estupro de vulnerável

O homem foi indiciado por estupro de vulnerável, mas estava respondendo o crime em liberdade. Na época do depoimento do enfermeiro à delegada Maíra Machado, ele negou o crime, mas a vítima reconheceu o enfermeiro quando estava na delegacia prestando depoimento. Inclusive, a voz do abusador foi reconhecida pela vítima. 

Ele ainda negou conhecer a vítima, assim como ter ministrado medicações ou outros procedimentos médicos à paciente. Outro enfermeiro suspeito teve a participação descartada pelas investigações.

Relatos de terror

A vítima relatou os momentos de terror que viveu no quando foi abusada pelo enfermeiro. “Tentei me jogar da cama e fazer barulho [para chamar a atenção]. Estávamos no sétimo andar e tinha grade na janela, mas a vontade que tinha era de me jogar de lá, para que ele não continuasse. Tive medo de que subisse em mim. A senhora que estava na cama do lado estava apagada [por isso não ouviu]”, relatou a vítima sobre os abusos sofridos.

Alegando que iria passar um óleo pelo corpo dela, sob a justificativa de que iria melhorar a respiração e evitar lesões, o homem a violentou. Primeiro, espalhou a substância pelas costas dela e, em seguida, começou a tocá-la nas partes íntimas. Mesmo sem forças, ela reagiu e se debateu. Porém, a paciente entrou em colapso, momento em que chegou uma enfermeira ao quarto. A mãe conta que a enfermeira que havia acabado de entrar no quarto, não teria percebido que a paciente tinha sido abusada.

Ela recebeu atendimento e, posteriormente, após ser medicada, conseguiu contato telefônico com a mãe pouco antes do início da manhã do mesmo dia. A mãe relata que foi imediatamente ao Hospital Regional e, no mesmo dia, procurou a polícia para registrar o boletim de ocorrência. A paciente foi transferida para outro quarto, em andar diferente do hospital, onde recebeu alta no dia 9 de fevereiro.