A defesa do advogado Alexandre França Pessoa, de 42 anos, que é réu pelo feminicídio de Fernanda Daniele de Paula Ribeiro dos Santos, pediu pela quebra do sigilo bancário da ex-líder do PSL para provar a inocência do advogado. Alexandre está preso desde o dia 2 de maio, no Presídio Militar, em Campo Grande.

Segundo a defesa de Alexandre, a quebra do sigilo bancário de Fernanda é prova imprescindível para demonstrar a inocência do advogado, bem como possíveis autores do crime. Também foi pedida pela defesa a impugnação dos laudos periciais.

De acordo com informações passadas ao Jornal da Nova, a impugnação seria de laudos de pesquisa de sangue, pesquisa de esperma, determinação de perfil genético e identidade de genética e exame de vistoria em veículo automotor, já que, segundo a defesa, o método usado não teria sido apropriado causando dúvidas. 

Réu por homicídio 

A denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi apresentada em junho deste ano, onde a acusação aponta que Alexandre matou a namorada, Fernanda, utilizando uma arma branca no dia 28 de abril, entre 18h30 e 19h30. O crime foi cometido com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, inclusive se prevalecendo da condição de namorado para a prática do crime.

A investigação policial apurou, nas conversas obtidas em um dos celulares de Alexandre, que ele e a vítima marcaram um encontro naquele dia. Após o feminicídio, Alexandre ainda teria ocultado o cadáver da namorada em um milharal, sendo que o corpo só foi encontrado na manhã seguinte. Para o MPMS, o advogado inovou artificiosamente, alterando o estado de pessoa e coisas, com fim de induzir ao erro juiz e perito.

Isso porque ficou claro nas investigações que Alexandre tentou criar um falso álibi, enviando mensagens para Fernanda após ter cometido o crime. Também tentou limpar o carro usado no momento do feminicídio e trocou de roupas.

O MPMS concluiu que Alexandre golpeou Fernanda no pescoço, assim causando a morte da vítima. Depois, arrastou o corpo dela até a plantação de na beira da estrada. Ele ainda alterou o estado do corpo da vítima, limpando os antebraços dela e retirando os pertences que pudessem identificá-la.

Alexandre foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, por emprego de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e cometido contra mulher, por razão da condição do sexo feminino, em contexto de violência doméstica. Segundo a acusação, o casal já mantinha uma relação há mais de 1 ano e 8 meses e tinha contrato de união estável.