Durante o julgamento da tenente-coronel da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) Itamara Romeiro Nogueira, nesta quarta-feira (23) pelo assassinato do marido também militar Valdeni Lopes Nogueira, o cunhado da oficial chegou a falar que Itamara cometeu o crime por ambição.

Valdeci Alves Nogueira, irmão do major, disse que ninguém da família queria o relacionamento do casal, e que Itamara não se relacionavam com eles, afirmando que ela era distante, e que era Valdeni que estava mais presente na vida da filha do casal.

Ainda segundo o cunhado de Itamara, o crime teria sido planejado por ela, “A ambição que levou a tudo isso”. Quando questionado sobre a cunhada ter patente maior que o irmão perguntando se Valdeni havia se importado com isso, a testemunha relatou que o major não havia ligado para o fato de Itamara ter sido promovida antes dele. 

Valdeci ainda disse para os jurados e o magistrado que cinco anos antes do assassinato do irmão, Itamara chegou a colocar uma arma na cabeça dele, e que eles brigavam muito sendo que a intenção do major era se separar da tenente-coronel assim que se aposentasse. O major teria um seguro de vida onde a oficial e a filha eram beneficiárias, além de um apartamento, outra casa de herança e a casa onde moravam, moto, caminhonete, segundo o irmão do major.

Já a defesa alega que Itamara matou para não se tronar mais uma estatística e que se defendia das agressões do major quando ocorreu o crime. “Esse julgamento será um marco para a sociedade, para mostrar que a mulher precisa reagir”, disse o advogado. Ainda segundo Rosa será demonstrado que Itamara era vítima de agressões constantes do marido, que tinha uma vida boêmia, segundo Rosa. 

Seis mulheres e um homem foram escolhidos para o julgamento, que acontece quatro anos e seis meses após o assassinato. O julgamento deve durar até a noite desta quarta (23). 

Relembre o crime

Durante uma briga, a tenente-coronel efetuou dois disparos contra o marido. O major Nogueira chegou a ser levado para a Santa Casa com um ferimento do tórax, mas não resistiu. Em dezembro de 2016 a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o homicídio e comprovou a versão apresentada por Itamara, a de legítima defesa.

Para a polícia, a policial, que chegou a participar de uma reconstituição do crime, afirmou estar sendo agredida pelo marido e que no momento em que ele saiu para buscar a arma no carro, ela reagiu. No dia do crime, Itamara foi presa em flagrante, mas acabou liberada logo em seguida e, desde então, responde o processo em liberdade.