Ao menos quatro crimes que chocaram Mato Grosso do Sul ainda aguardam julgamento. Por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19), várias sessões do Tribunal do Júri foram suspensas ou adiadas, como forma de minimizar o risco de contaminação, já que os procedimentos poderiam resultar na aglomeração de pessoas. Entre os casos, há feminicídio, execução, assassinato de ex-prefeito e até um caso de pai que matou o filho.

Evaldo Christian Dias Zenteno responde pelo homicídio do filho, o bebê Miguel Henrique dos Reis Zenteno, morto por afogamento dentro de uma bacia em setembro de 2019, em Campo Grande. O réu chegou a dizer que havia sido assaltado enquanto seguia de carro e que os ladrões tinham jogado a criança no rio. Porém, durante atendimento na Santa Casa, foi constatado o crime e ele foi preso. Ele teria se vingado da ex, mãe da vítima.

O processo aguarda julgamento de recurso contra a sentença de pronúncia, pela qual ele deverá responder perante os jurados. No próximo dia 30, será levado a julgamento Luíz Fernandes, o Paraguaio, acusado do assassinato do ex-prefeito de Amambai, Dirceu Lanzarini e da tentativa de homicídio do genro da vítima. Conforme apurado, os fatos ocorreram na fazenda da família de Dirceu, onde Luíz trabalhava como capataz.

‘Paraguaio’ foi preso 17 dias após o homicídio do ex-prefeito de Amambai. Foto: Arquivo

O autor estaria descontente com cobranças que vinha recebendo por parte do genro de Dirceu, pessoa que havia assumido a gestão da propriedade rural. Por este motivo, em fevereiro de 2020, Luíz aguardou a chegada das vítimas ao local e as feriu com vários disparos. Dirceu não resistiu e morreu. Quem também aguarda o andamento do processo para ser julgado é Ronaldo Dei Carpes Rocha, acusado de feminicídio em Aquidauana.

Em abril de 2020, ele matou a ex-mulher Ariadni Oliveira Molina, de 26 anos, com um tiro. O homem foi até a residência onde a ex estava, no bairro Nova Aquidauana, entrou no local e atirou nela. Depois, fugiu em uma motocicleta. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas a vítima não resistiu aos ferimentos. Ele foi preso tempos depois em Rondonópolis, no Mato Grosso, após ser flagrado usando uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação Falsa).

Ariadni foi morta em Aquidauana, pelo ex-companheiro Ronaldo. Foto: Reprodução

Execução

Carolina Gonçalves de Matos, Davyd Samuel Boaventura Salvador, Denilson Bernardo Arruda e Nicolas Kelvin Soares Montalvão serão julgados pela execução de José Carlos Louveira Figueiredo. A vítima foi sequestrada, submetida a um tribunal do crime pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) e decapitada, tendo o corpo jogado em uma cachoeira de Campo Grande. Ele morreu porque supostamente seria da facção rival, o CV (Comando Vermelho).