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Polícia

Cemitérios clandestinos do Danúbio Azul e do PCC revelam terror em áreas livres de Campo Grande

Com muitos desaparecidos, polícia não descarta mais cemitérios pela cidade
Arquivo -

Áreas livres, medo dos moradores e sensação de impunidade, uma combinação de fatores que levam à descoberta dos ditos ‘cemitérios clandestinos’ durante investigações pela polícia. Um enredo de filme de terror antes só visto em grandes centros urbanos.

Em uma última descoberta em , no bairro Santo Eugênio, no dia 5 deste mês, equipes da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) encontraram duas ossadas em um cemitério clandestino do PCC (Primeiro Comando da Capital) de possíveis tribunais do crime.

As duas ossadas seriam de homens, sendo um deles provavelmente morto a tiros e o outro a pancadas. Ainda não se tem a identidade das vítimas, e uma busca no banco de DNA de desaparecidos é feita para tentar a identificação.

“Desaparecimento é um potencial homicídio ou sequestro, que podem estar enterrados em algum lugar da cidade”, diz o delegado, Carlos Delano, titular da especializada. Ainda de acordo com Delano, não tem como se combater ocultação de cadáver em áreas livres, já que a sensação de impunidade entre os criminosos é alta porque muitos dos casos descobertos têm anos e a demora na identificação é grande.

A falta de registro de ocorrência por desaparecimento também dificulta, já que muitos preferem buscar as redes sociais antes de comunicar a polícia sobre o caso. Em um desses casos, Delano cita o de Flávio Pereira Cece, que foi assassinado por seu primo, Cleber de Souza Carvalho, que está preso, acusado de assassinar sete pessoas para ficar com seus bens móveis e imóveis.

Flávio foi enterrado dentro da casa que Cleber tomou para si, dizendo aos familiares que a vítima havia viajado, ido embora do Estado. Com as informações passadas por Cleber, nenhum familiar buscou por Flávio que só teve o corpo descoberto cinco anos depois. 

Danúbio Azul x PCC

Cinco anos separam Danúbio Azul do Cemitério do PCC, mas o medo de quem vive próximo a estas áreas ainda impera. “Não vi nada”, “Não sei de nada” são frases comuns que muitos moradores verbalizam, já que a lei no local é a do silêncio, o que dificulta o trabalho da polícia.

“As pessoas não querem se envolver, o que é fator negativo, já que a descoberta do criminoso é para a segurança de todos”, diz Delano. 

No Danúbio Azul, foram 16 pessoas enterradas de cabeça para baixo em uma grande área, onde a polícia teve de usar máquinas para escavar e encontrar as vítimas. Luiz Alves Martins Filho, o Nando, se autointitulava um justiceiro e assassinava, em sua maioria, jovens e mulheres.

As condenações de Nando ultrapassam 130 anos de prisão. Nando foi condenado pelos homicídios em cinco julgamentos, apenas em um caso, sobre a morte de Ana Claudia Marques, ele foi absolvido do homicídio, sendo condenado apenas pela ocultação de cadáver. 

O primeiro julgamento aconteceu no dia 29 de junho de 2018, com a condenação do réu a 18 anos e 3 meses de reclusão pela morte da vítima “Café” ou “Neguinho”. Em março de 2018, um laudo médico apontou que Nando é um psicopata e deve ser mantido afastado da sociedade.

Já no Cemitério do PCC ainda não há um criminoso preso e as investigações seguem em andamento. A polícia não descarta encontrar mais ossadas no local. 

Desaparecidos em MS

No dia 25 de maio deste ano foi lançado o Banco de Perfis Genéticos em para ajudar cerca de mais de 7 mil famílias que estão com seus entes desaparecidos sem saber o que realmente pode ter acontecido. O lançamento foi feito no dia Internacional de Crianças Desaparecidas.

Nos últimos três anos, em Campo Grande, desapareceram 1.312 pessoas, sendo em 2019, 627, mais 502, em 2020, e, em 2021, foram 183 desaparecidos. Já nos últimos seis anos são 3 mil pessoas desaparecidas.

Em Mato Grosso dom Sul, são 7.770 pessoas ainda não encontradas. Já os localizados são 88% em 2019, e 69% em 2020.

Destas cerca de 7 mil pessoas desaparecidas, dados são de que, em 2019, 94 crianças, entre 0 e 11 anos, sumiram no Estado e, em 2020, foram 76 crianças.

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