Acusado de matar travesti junto a adolescente é condenado a 19 anos de prisão
Testemunha, que é primo do réu, foi preso após prestar falso depoimento no Tribunal do Júri
Arquivo –
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Alessandro dos Santos Barbosa, acusado de matar Adilson Francisco da Silva, de 44 anos — travesti que utilizava o nome social Fernanda —, com 32 facadas no dia 8 de julho de 2018, foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por homicídio triplamente qualificado e corrupção menor. O julgamento ocorreu na última quarta-feira (29) em Rio Brilhante, cidade a 158 quilômetros da Capital, local onde o crime aconteceu.
Contudo, uma das testemunhas do processo e primo do réu, de 27 anos, foi preso nesta quinta-feira (30), no dia seguinte ao julgamento, por falso testemunho e porte de drogas. Conforme informações do boletim de ocorrência, ele teria dado informações falsas durante a sessão do Tribunal do Júri, e recebeu voz de prisão.
Durante revista pessoal, policiais da delegacia de Rio Brilhante encontraram substância análoga à cocaína no bolso da calça dele. Em seguida, o suspeito foi encaminhado para a carceragem da delegacia.
Alessandro foi a júri popular no fórum da cidade, e quatro dos sete jurados votaram a favor de que a testemunha havia prestado afirmação falsa. O julgamento ocorreu por videoconferência, após a defesa do réu protocolar pedido, alegando que os agentes penitenciários estariam em greve. Alessandro cumpre pena na penitenciária de Maceió, no estado de Alagoas, e antes ocupava cela na carceragem da delegacia local.
Segundo os autos, foram ouvidas duas testemunhas de defesa, incluindo o primo do autor, e uma de acusação. Os depoimentos foram gravados em áudio e vídeo, e só podem ser acessados após pedido feito em cartório judicial. O MPE (Ministério Público Estadual) requereu aos jurados que fosse votado eventual crime de falso testemunho e, caso aceito, o primo do réu deveria ser conduzido à delegacia para indiciamento, o que foi deferido.
Relembre o caso
Segundo inquérito policial, juntado ao processo, Alessandro matou Adilson com a ajuda de um adolescente, à época com 16 anos, com cerca de 32 facadas e pedradas, motivado por uma disputa de local para prática de atividades relacionadas à prostituição. A vítima era socialmente conhecida como “Fernanda da Biz”.
Conforme apurado pelos policiais, o adolescente vendia drogas na cidade e também fazia programas de prostituição. Com o passar do tempo, ele teria passado a “nutrir extrema aversão e ódio pela vítima”. Também segundo as investigações, o adolescente se relacionava com o autor, Alessandro. Os dois, então, teriam se unido para matar Adilson.
No dia do crime, os dois estariam em uma conveniência de Rio Brilhante e, em dado momento, a vítima chegou e foi atraída pelo adolescente para uma estrada vicinal conhecida como Estrada da Estiva, onde Alessandro estaria aguardando, escondido, para surpreender Adilson.
O adolescente e Adilson teriam ido até o local, na saída para Dourados, na motocicleta da própria vítima. Ele foi atacado pelo réu com 32 golpes de faca no pescoço, clavícula, ombro, mãos, costas e lombar, além de ter recebido golpes de pedra. Tamanha força, a perícia constatou que ele teve traumatismo craniano com as pancadas.
Ainda segundo o processo, o autor teria fugido do Estado e se escondido em sua cidade natal Anadia-AL. Alessandro foi condenado a um ano e 4 meses de reclusão por corrupção de menores e a 18 anos por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
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