O julgamento de Jean Albert da Silva Jara Lemes, integrante da PCC (Primeiro Comando da Capital), estava previsto para acontecer nesta terça-feira (6) pelos crimes de organização criminosa, assassinato e cárcere privado durante execução do “tribunal do crime”. Entretanto, o julgamento foi adiado por instabilidade na conexão do sistema de videoconferência do Presídio da Gameleira, onde Jean está preso.

Ao final do interrogatório, o defensor público de Jean pediu o adiamento do julgamento alegando baixa qualidade da transmissão da sessão, e que esta teria comprometido a fala do acusado. Quedas durante a videoconferência, causadas por instabilidade no sistema de conexão do Presídio da Gameleira, fizeram com que o juíz Carlos Alberto Garcete de Almeida adiasse o julgamento, sem data definida por enquanto.

Entretanto, o problema de conexão não impediu o assassinato de Alex Mohd Jaber, organizado por líderes do PCC de dentro do presídio e executado por Jean e mais outro integrante. A decisão sobre o que aconteceria com Alex, que chegou a implorar pela vida, foi “debatida” entre os criminosos por videoconferência no celular, mesmo dentro do presídio. Segundo os criminosos, ele estaria “se envolvendo” com a facção rival, o Comando Vermelho.

O crime

O crime aconteceu no dia 28 de dezembro de 2018. Alex foi chamado até um local conhecido como “Barraco do Vô”, em uma do Jardim Noroeste para “resolver problemas relacionados ao comércio de drogas”. Chegando até lá, foi mantido em cárcere privado por Jean até a chegada de outros membros do PCC, que possuem hierarquia para execução.

Depois, Alex foi levado para uma residência abandonada na Favela Leão do Conde, onde foi amarrado, “interrogado” e chegou a pedir pela própria vida. Jean, então, recebeu um telefonema de dentro do Presídio de Segurança que ordenou a execução de Alex.

A ordem dada pelo preso integrante do PCC serviria de “batismo” para provar lealdade de Jean, que somente após a execução poderia integrar a facção criminosa. Alex foi morto com cinco golpes de faca no pescoço e esquartejado. Após isso, partes do corpo foram colocadas em sacos de lixo e descartadas em um duto na BR-262.

Jean Albert foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima. Outros membros da facção que participaram do assassinato também respondem pelos mesmos crimes.