Agentes do SIG (Setor de Investigação Geral) já identificaram as duas mulheres que se identificam como ‘mães de santo' paulistas envolvidas no golpe que desviou R$ 50,8 milhões e aguardam decisão judicial para quebrar sigilo de todas as 11 contas bancárias usadas para recebimento do dinheiro.

Segundo o delegado Rodolfo Daltro, responsável pelo SIG e que comanda o caso, as contas estão distribuídas em oito agências e já foram bloqueadas pela Justiça. “Entregamos ofícios em todas elas, entretanto, não sabemos ainda quanto desse dinheiro foi usado pelas mães de santo”, disse Daltro ao Jornal Midiamax.

“Ainda não podemos falar em valores a serem recuperados porque não tivemos acesso à essas contas”, explicou o delegado, ressaltando que até o momento três pessoas estão sendo investigadas pelo envolvimento direto na prática do crime, entre elas a própria funcionária da empresa que fez as transferências.

“Estamos investigando se realmente houve extorsão. Mas até o momento não existe nenhum indício que essa funcionária tenha ficado com algum valor desse dinheiro todo desviado”, comentou o delegado. Segundo ele, algumas diligências ainda estão sendo feitas em pelos quatro agentes do SIG envolvidos no caso.

Maldição

Funcionária  do setor financeiro de uma empresa de agronegócios de Dourados registrou boletim de ocorrência há uma semana na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados após ter desviado mais de R$ 50,8 milhões por medo de uma ‘maldição'.

Segundo o delegado, a vítima relatou que estaria sendo vítima de extorsão por parte de uma mãe de santo e que isso estaria ocorrendo há aproximadamente 30 dias. A denunciante relatou que recebia atendimento espiritual dessa pessoa desde 2018, e que a mesma “passou a exigir as transferências de valores da empresa sob pena de ser lançada uma maldição que ao final culminaria com a prática de suicídio”.

Conforme relatos da funcionária, a mãe de santo disse que outra guru espiritual entraria em contato, devendo ser obedecido tudo o que ela ordenava, o que acabou acontecendo. “Assim, a funcionária da empresa disse que com medo de sofrer sanções de cunho espiritual passou a realizar transferências para contas bancárias apontadas pelas duas mulheres que, ao final de 30 dias, que seria um período de penitência, somaram mais de 50 milhões de reais”.