A polícia paraguaia acredita que o executado a tiros Leo Veras, tenha sido vítima de uma facção criminosa que atua na fronteira de Mato Grosso do Sul. Na noite desta quinta-feira (13), após o sepultamento de Leo, o diretor da polícia de Amambay disse ter informações do grupo, que cometeu o assassinato.

Segundo o diretor Ignácio Rodriguez, a polícia já teria recebido informações importantes do grupo que teria cometido o assassinato, mas não entrou em detalhes. Ignácio falou ao ABC Color que o crime tenha sido ordenado por uma das facções que atuam na fronteira, já que nos últimos dias o jornalista havia publicado a prisão de dois membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) depois da fuga em 19 de janeiro da penitenciária de Pedro Juan Caballero.

Ainda segundo Ignácio o assassinato foi a mando da facção ou o grupo pode ter usado a estrutura para cometer a execução de Leo Veras. As autoridades paraguaias acreditam que a morte do jornalista esteja ligada as matérias publicadas por ele denunciando o crime organizado, na região.

Mas, outra vertente seria de que laços entre policiais corruptos, autoridades judiciais paraguaias e o narcotráfico na região norte do seria a principal motivação para a execução do jornalista de 52 anos.

Leo Veras foi sepultado na tarde de quinta (13) sob forte comoção. O cortejo foi acompanhado de viaturas da Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Municipal. No último adeus, amigos e familiares pediram para que o caixão fosse aberto mais uma vez, oportunidade em que trouxeram à tona boas lembranças do jornalista.

A execução

Ao menos quatro pessoas teriam participado do homicídio. Leo estava em casa, jantando com a família, quando o grupo invadiu o local, na noite de quarta-feira (12). Um dos autores ficou no veículo modelo Jeep Grand Cherokee usado no transporte, e outros três realizaram o ataque. Logo ao levar os primeiros tiros, Léo correu para os fundos da residência, uma área escura, na tentativa de se proteger, mas foi perseguido.

Lá, os criminosos os terminaram de matá-lo com o total de 12 disparos. Em seguida o amordaçaram. Vídeos do local do crime divulgados logo após o assassinato mostram um pano branco, ensanguentado, que foi usado para tapar a boca do jornalista. A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) falou nesta quinta-feira (13) que não aceitará que o crime fique impune.