Foram 16 assassinatos de mulheres, jovens que aconteciam no , na Capital até a descoberta pela polícia, que um serial killer havia ‘construído’ um cemitério clandestino, onde enterrava suas vítimas de cabeça para baixo. Em junho de 2018 começava a série de julgamentos de Luiz Alves Martins Filho, o Nando.

Ele matava vítimas em sua maioria de grande vulnerabilidade envolvidas com drogas ou furtos e roubos. A descoberta que em havia um serial killer foi em 2016, quando foram presos ‘Nando’; Rudi Pereira da Silva, com quem ainda foram encontrados 70 galos utilizados em rinhas, e Diego Vieira Martins, que é sobrinho de ‘Nando’, todos acusados de envolvimento no tráfico de drogas.

Depois da prisão, a polícia descobriu a série de assassinatos que teve início em 2013, com a morte de Bruno Santos da Silva, o ‘Bruninho’, que foi assassinado por Nando. Em 2009 ele teria agredido um sobrinho de Nando, que o estrangulou por vingança. Após este , a lista de vítimas de Nando só aumentou. Ele passou quatro anos cometendo homicídios e explorando sexualmente as vítimas, sem ser denunciado.

Nando enforcava ou estrangulava as vítimas porque não gostava de ver sangue e depois as enterrava de cabeça para baixo. Ele acabou preso em 10 de novembro de 2016, dois meses após o início das investigações feita pela polícia sobre a morte de ‘Leleco’, Leandro Aparecido Nunes Ferreira, de 28 anos. Leleco foi morto a tiros no dia 2 de setembro, por dois rapazes em uma motocicleta. Durante as investigações do , a polícia concluiu que a vítima tinha envolvimento com o grupo responsável por um esquema de exploração sexual e tráfico há aproximadamente 3 anos.

Só em junho de 2018 aconteceu o primeiro julgamento de Nando, que foi ouvido por videoconferência, já que havia sido diagnosticado com . O primeiro julgamento durou cerca de 10 horas e foi pelo assassinato de e ‘Café’, a primeira vítima de Nando, que foi morto pelo trio Michel, Jean e Nando ‘o cabeça’ da série de crimes no bairro. A vítima devia dois fretes de R$ 170 para Luiz Alves. Ele foi condenado há 18 anos de prisão pelo crime. Nando já passou por 12 julgamentos.

Condenações

As condenações de Nando ultrapassam 130 anos de prisão. Nando foi condenado pelos homicídios em cinco julgamentos, apenas em um caso, sobre a morte de Ana Claudia Marques, ele foi absolvido do , sendo condenado apenas pela . O primeiro julgamento aconteceu no dia 29 de junho de 2018, com a condenação do réu a 18 anos e 3 meses de reclusão pela morte da vítima “Café” ou “Neguinho”.

No dia 23 de novembro de 2018, Nando foi julgado e condenado a 18 anos e 4 meses de reclusão e 20 dias-multa pelo assassinato de Lessandro Valdonado de Souza. No dia 20 de fevereiro de 2019, ele recebeu nova condenação pela morte de Jenifer Luana Lopes. A pena foi fixada em 18 anos e 3 meses de reclusão. Dias antes, no dia 8, ele teve sua primeira e única absolvição até agora, sendo condenado apenas pela ocultação de cadáver de Ana Cláudia Marques. O crime foi atribuído a um de seus comparsas, que ainda não foi submetido a julgamento, pois recorreu. Pela ocultação do cadáver, a pena foi fixada em 2 anos de reclusão e 30 dias-multa.

No dia 10 de abril de 2019, ele teve a condenação a 16 anos e 3 meses de reclusão e 15 dias-multa pela morte de Flávio Soares Corrêa. No dia 26, foi condenado a 14 anos e três meses de prisão pela morte de Bruno Santos Silva. Ainda devem ser agendados os julgamentos pelas mortes das vítimas Alex da Silva dos Santos; Jhenifer Lima da Silva; Aparecida Adriana da Costa; Aline Farias da Silva; “Alemão” e Eduardo Dias Lima.

Psicopata

Em março de 2018, um laudo médico apontou que Nando é um psicopata e deve ser mantido afastado da sociedade. No laudo médico de Nando, o médico psiquiatra Rodrigo Abdo apontou que Luis Alves é psicopata e deve ser mantido afastado da sociedade. O psiquiatra explica que Nando foi diagnosticado com transtorno da personalidade dissocial grave, além de transtorno da personalidade paranoica também grave, ou seja, caso de psicopatia. “Não há tratamento efetivo para tal condição. Deve ser afastado da sociedade”, explica.

Segundo análise feita pelo médico na época, Nando era “totalmente capaz de entender e de autodeterminar-se e tinha plena responsabilidade penal”. Segundo ele, Nando não tinha delírios, alucinações ou quaisquer transtornos psicóticos.