Laudos da PF (Polícia Federal) indicaram que o arsenal apreendido em uma casa no bairro Monte Líbano, em , em maio deste ano teria vindo de três países, México, Filipinas e Estados Unidos da América. O armamento teria sido avaliado inicialmente em R$ 200 mil.

Segundo o laudo da Polícia Federal, 100 cartuchos de munições calibre .38, de marca de fabricação Winchester teriam vindo dos Estados Unidos da América, mais 100 cartuchos de munições calibre .22 long das Filipinas e 50 cartuchos de munições .38 do México, e 31 munições calibre .380 da CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos).

Ainda segundo o relatório do laudo não teria sido possível o levantamento de fragmentos de impressões digitais em condições suficientes para confronto. Também foram levados para a análise pericial um pen-drive, de cor rosa, além de 17 folhas com a logomarca da Polícia Federal e com resultados de pesquisa feitas em nome de um produtor rural. Um boné espião também foi levado para passar por perícia.

Na última quinta-feira (15), o Gaeco (Grupos de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), apresentou denúncia contra uma organização criminosa que mantém verdadeira formada por membros de instituições da segurança pública em Mato Grosso do Sul e que estaria por trás de três crimes de pistolagem cometidos em Campo Grande entre 2018 e este ano.

Ainda segundo a denúncia, ficou constatado que os autores dos crimes usaram veículos roubados ou furtados para cometer os assassinatos e, logo após as execuções, descartaram os carros que foram queimados.

O relatório ainda diz que os crimes foram meticulosamente planejados e executados por uma organização criminosa, mas não detalha motivações, nem quem seriam os demais integrantes, chefes ou mandantes. Os guardas municipais Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor são apontados por tentarem persuadir e embaraçar a esposa de Marcelo Rios, responsável por guardar o armamento apreendido em uma casa no Monte Líbano, a não contar sobre a organização criminosa, pois sua cabeça estaria a prêmio.

Rafael e Robert foram presos logo após a descoberta do arsenal por obstrução da Justiça, no caso de ameaças a esposa de Marcelo, que está preso na Penitenciária Federal de Mossoró. Eles foram libertados, no dia 31 de maio e voltaram a prisão no dia 31 de julho.

Execuções

Matheus Coutinho Xavier foi assassinado em frente à sua casa com 7 tiros de fuzil na cabeça, e na época de sua execução, no dia 9 de abril, foi levantado que a arma usada no crime poderia ter ligação com o armamento usado na execução de Ilson Figueiredo, que foi assassinado em junho de 2018.

O carro em que Ilson estava foi surpreendido, na Avenida Guaicurus e alvejado por diversos tiros de arma de grosso calibre, entre elas, um fuzil. Aproximadamente 18 cápsulas foram recolhidas pela perícia no local. Depois de ser atingido, o veículo que ele dirigia bateu contra o muro de uma casa.

Os pistoleiros que executaram o chefe da segurança da Assembleia Legislativa usaram uma metralhadora e um fuzil AK-47 no crime. Encapuzados, vestindo preto e com coletes à prova de balas, os pistoleiros começaram a atirar contra o carro do policial aposentado uma quadra antes do local onde o carro parou. Nas imediações na Rua Piracanjuba, na região, o carro usado na execução de Ilson, um Fiat Toro, foi encontrado incendiado.

Também foi executado com armamento do mesmo calibre, Orlando da Silva Fernandes, 41 anos, conhecido como ‘Orlando Bomba' executado com tiros de fuzil na cabeça, tórax, e braços em frente a uma barbearia.

Dois homens chegaram em uma Dodge Journey, desceram e executaram ele, que saía do local e ia em direção à sua camionete Hillux. Um outro homem em uma moto deu apoio para a execução. A polícia encontrou no local com a vítima três celulares intactos que estavam com ele, além de cheques e quantia em dinheiro. O crime aconteceu no dia 26 de novembro de 2018.