Despacho do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, derrubou o sigilo sobre os bens apreendidos durante os trabalhos da Operação Trunk, deflagrada em julho deste ano para desmantelar esquema que contaria com o apoio de policiais na facilitação da entrada de produtos no Brasil.

Segundo decisão publicada no Diário da Justiça Federal desta terça-feira (12), diante da informação de cumprimento do pedido de busca e apreensão contra os acusados, fica levantado o sigilo dos autos, com acesso às partes e terceiros interessados.

Foi determinada ainda a atualização do controle de bens do grupo e sua inclusão no Sistema Nacional de Bens Apreendidos. Durante os trabalhos da operação, foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva.

Contrabando de cigarro 

O juízo da 3ª Vara Federal de Campo Grande recebeu denúncia contra 16 envolvidos em esquema de contrabando de cigarro desarticulado pela Polícia Federal durante a Operação Trunk, deflagrada em 31 de julho em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraíba. De acordo com o Ministério Público Federal, policiais corruptos eram peça chave da organização por facilitarem a passagem de cargas. O grupo dispunha, inclusive, de núcleo de cooptação de policiais.

Entre os policiais denunciados estão os PRFs Moacir Ribeiro da Silva Neto e Alaércio dias Barbosa.  Além deles, outros policiais também serão investigados por prestavam serviços aos contrabandistas como motorista, “olheiros”, “mateiros” e “batedores”. Por este motivo, a Justiça Federal deferiu desmembramento e remessa do processo, como compartilhamento de provas, à Justiça Militar Estadual para apurar a participação de policiais militares.

Conforme descrito pela denúncia, a organização desmontada na Operação Trunk era chefiada por Francisco Job da Silva Neto e José Antônio Mizael Alves, que detinham controle sobre todas as funções dos demais membros do grupo. Fernando da Silva, Paulo Henrique Xavier e Irismar Gadelha Soares era do núcleo operacional e de apoio logístico, com batedores avançados e aqueles que exerciam função de gerência. Em seguida na escala hierárquica vinha o núcleo financeiro controlado por Elaynne Cristina Dantas de Faria, o núcleo de cooptação dos policiais e o núcleo dos policiais.

Foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, contrabando e corrupção ativa, cada um de acordo com sua participação: Francisco, Mizael, Elaynne, Fernando, Paulo, Irismar, Moacir, Alaércio, André Venâncio da Silva Melo, João Miranda Luciano, Ridag de Almeida Dantas, Carlos Magno Pinto Ramos, Gabriel Ferreira Britto, Deine Benício da Silva, Joisemeire Santos Benites e Wladmiri Farina Júnior.