Em determinação no último dia 8 deste mês, a Secretaria de Estado de Saúde e a presidência do Tribunal de Justiça afirmaram que o melhor lugar para Dyonathan Celestrino ainda é a ala de saúde do Presídio de Segurança Máxima de .

Dyonathan Celestrino ficou conhecido como ‘’ depois de matar três pessoas em 2008 e deixar seus corpos em forma de crucificação. Segundo o despacho feito na última sexta-feira (8), o melhor lugar para ele ainda é o presídio “que não há, por ora, medidas a serem tomadas, senão aquelas já providenciadas por este juízo”.

A internação do ‘Maníaco da Cruz’ é medida de segurança, mas o impasse seria pelo fato de não ter hospital psiquiátrico para ele.

Em janeiro de 2018, o MP (Ministério Público) ofereceu denúncia contra o Dyonathan pelo ataque a um agente penitenciário. O ‘Maníaco da Cruz’ como ficou conhecido foi apreendido pelos assassinatos cumprindo medida socioeducativa [prevista pela legislação até os 21 anos]. Pela sua condição psicológica, é mantido em internação no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

Em novembro de 2017,  a Justiça considerou “irregular e ilegal” a permanência de Dyonathan no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). Em decisão do dia 13 de novembro, o juiz da 1ª Vara de Execução Penal, Caio Márcio de Britto determinou a transferência do jovem para outro local.

Ao que se verifica, a situação do interno está irregular e ilegal.​ O estabelecimento penal onde se encontra, ainda que tenha local destinado à saúde, não é apropriado para receber pessoas acometidas por deficiência mental que não tenham sobre si qualquer acusação ou condenação criminal”.

Em seguida, a juíza de Direito Cintia Xavier Letteriello Medeiros, da 2ª Vara de Família, decidiu manter Dyonathan na ala de saúde do IPCG. No documento, a magistrada cobra o Estado de Mato Grosso do Sul sobre um lugar adequado para a internação do jovem. “A não ser mantê-lo no estabelecimento penal […] até que nova providência seja tomada pelo Estado”.

‘Maníaco da Cruz’

Dyonathan ficou conhecido como Maníaco da Cruz, aos 16 anos. Em 2008, ele matou o pedreiro Catalino Gardena, 33 anos, a frentista Letícia Neves de Oliveira, 24 anos, e a estudante Gleice Kelly da Silva, 13 anos. As vítimas foram esfaqueadas ou estranguladas e tiveram os corpos deixados em posição de crucificação em cemitérios.

Ele foi apreendido e confessou os atos infracionais análogos a homicídio, ficando internado na Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã, cidade a 346 quilômetros de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai.

Pela lei, ele poderia ganhar liberdade compulsória, no máximo aos 21 anos, mas permaneceu no sistema penitenciário. Em 3 de março de 2013, ele fugiu para o Paraguai e foi recapturado na cidade de Horqueta, no Departamento de Concepción, em 27 de abril daquele ano.

Dyonathan foi transferido para Campo Grande, passou pela 7ª Delegacia de Polícia Civil, pela Santa Casa até ser mandado para o Instituto Penal, para ficar um ano, mas permanece até hoje no local.

Entre 2015 e 2016, ele teve pelo menos três episódios de ameaças aos agentes penitenciários. A Agepen optou por não classificar como surtos, mas, mesmo assim, ele passou por avaliação de especialistas. Sem ter um local apropriado para ser transferido, ele permaneceu no Instituto Penal.