“Estava mentindo e em momento algum demonstrava se preocupar com filho”, relatou um policial militar, sobre Evaldo Christyan Dias Zenteno, 21 anos, acusado de matar o próprio filho Miguel Henrique dos Reis Zenteno de apenas dois anos de idade. o policial é ouvido como uma das testemunhas de acusação na 1ª audiência do caso. Evaldo acompanhou os primeiros depoimentos na tarde desta segunda-feira (9) no Fórum Heitor Medeiros, em .

A policial relatou sobre as contradições apresentadas por Evaldo no dia em que deu entrada na Santa Casa da Capital, já com o filho desfalecido. Versões que envolviam um suposto roubo de um carro, mas não sabia identificar rotas para a polícia. Também disse que entrou no córrego para salvar o filho que foi jogado pelos supostos ladrões, mas segundo a polícia, Evaldo estava seco na hora que chegou ao hospital.

Nesta segunda-feira estão sendo ouvidas pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, sete testemunhas de acusação, sendo policiais militares que atenderam a ocorrência, familiares da criança e policiais civis que participaram das investigações.

O caso

Evaldo é acusado de matar o filho afogado no dia 19 de setembro deste ano, usando uma bacia na casa em que morava no bairro Guanandi, em Campo Grande. Um dia antes ao crime, Evaldo pediu o carro emprestado a um amigo, um estudante de 25 anos, que conhecia há cerca de seis meses. Como já tinha emprestado algumas vezes, o rapaz não negou e emprestou o veículo na quarta-feira (18). Evaldo devolveu o carro às 19h30, sendo que pediu ao amigo para deixá-lo no Lago do Amor.

Já na manhã desta quinta-feira (19), Evaldo ligou cedo, por volta das 6h50, e pediu o veículo novamente, dizendo que iria visitar um avô que estava internado. Novamente o amigo emprestou.

No horário do almoço, Evaldo e Miguel foram até o local de trabalho do estudante, na região central da Capital, onde almoçaram. O amigo informou, conforme boletim de ocorrência, que não notou comportamento estranho de Evaldo com o filho.

Ao terminar o almoço, ele saiu por volta das 14h, sendo que o amigo combinou que ligaria no horário que fosse sair do trabalho, por volta das 19h. O estudante contou que recebeu uma ligação às 17h40, onde o rapaz dizia que foi assaltado, que os bandidos teriam jogado a criança no rio e após socorrer o filho, levou ao hospital. Quando chegou na Santa Casa, o amigo encontrou Evaldo na presença de alguns policiais.

Filicídio e vingança

Na quinta-feira (19) Evaldo Christyan Dias Zenteno, de 21 anos, foi preso em flagrante pelo crime. Ele ainda levou a criança para a Santa Casa de Campo Grande, já sem vida, e tentou mentir para os policiais sobre o crime. Em depoimento na delegacia, Evaldo acabou confessando que matou a criança após descobrir que a ex-mulher tinha traído ele. Ele chegou a dizer que o menino estava dormindo quando foi colocado na bacia cheia de água. Evaldo teria premeditado o crime e foi bastante frio durante a prisão, sem demonstrar arrependimento ou tristeza pela morte do filho.