Os nove policiais presos nesta terça-feira (24) no Paraguai fomentavam o Narcosul, como é chamado o complexo consórcio do tráfico de drogas que opera na América do Sul. Conforme apurado, os investigados, que tinham cargo de chefia, davam cobertura a carregamentos de cocaína que chegavam em território paraguaio em aeronaves a partir da Bolívia, Peru e Colômbia.
“Era um grupo que se dedicava à logística do tráfico para outras organizações. Eram encarregados do transporte aéreo. Foi possível detectar que havia uma forte cobertura por parte destes policiais”, disse o fiscal Hugo Volpe. Participaram da operação o Ministério Público, a Polícia Nacional e a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas).
O grupo recebia de R$ 800 mil a R$ 1,6 milhão para deixar passar carregamentos de drogas que eram distribuídos para outros países, incluindo o Brasil. Os agentes corruptos repassavam informações privilegiadas aos narcotraficantes, frustrando grandes operações.
Os investigados operavam nas regiões de Concepción, Yvy Yaú, Puentesiño y Chirigüelo. Todos eles vão passar por rigorosa investigação patrimonial, a fim de comparação dos bens que possuem com o que recebem legalmente, para que assim seja determinado o quanto usufruíram de propinas pagas pelo crime organizado.
A investigações tiveram início a partir de ações da Senad que culminaram na apreensão de carregamentos de cocaína. Em janeiro foram recolhidos 371 quilos da droga e em fevereiro foram 2,2 toneladas. A partir das prisões, foi possível identificar que os policiais recebiam dinheiro para acobertar as organizações criminosas, por meio da omissão e fornecimento de informações.