Presos desde o dia 21 de novembro durante a da Polícia Federal, Celso Eder de Araújo e Anderson Flores de Araújo (sobrinho e tio) conseguiram na Justiça liberdade. Decisão da desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges, no último sábado (17), autorizou a soltura, mediante colocação de tornozeleira eletrônica. O terceiro investigado pela PF, Sidinei dos Anjos Peró, teve pedido de liberdade negado pela mesma desembargadora neste domingo.

Desde que foram presos, Celso e os outros alvos da operação tentam derrubar a prisão preventiva. As negativas eram constantes tanto no TJMS – primeiro e segundo graus – quanto no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e na Justiça Federal.

No último sábado, a defesa de Celso e Anderson tentou mais uma vez a soltura dos clientes. No novo pedido de habeas corpus, os advogados afirmaram que os dois tinham condições de responder ao processo em liberdade. Celso e Anderson estavam no Presídio de Trânsito da Capital até então.

“A possibilidade de dano irreparável se encontra fundada na manutenção de recolhimento à prisão, coarctando o bem maior do ser humano, cujo dano jamais seria reparado por quaisquer formas, daí porque presente o ‘perigo da demora'”, afirmaram.

Na decisão no mesmo dia, a desembargadora Tânia aceitou os argumentos dos advogados e deferiu o pedido em caráter liminar. Celso e Anderson foram soltos, mas terão de usar tornozeleira eletrônica e comparecer mensalmente em juízo. Na mesma decisão, a desembargadora determinou que o processo seja colocado em sigilo.

Neste domingo, a defesa de Sidnei dos Anjos, que também está detido, reiterou pedido de soltura já feito à Justiça, mas até então negado. A defesa afirmou que a liberdade dada aos outros alvos da operação deveria ser estendida à Sidinei.

Tânia Borges, no entanto, negou o pedido da defesa porque “o paciente não trouxe aos presentes autos comprovação de requisitos de natureza pessoal, necessários à análise da concessão liminar, que leva em consideração motivos de caráter pessoal”.

Dessa forma, Sidinei permanecerá preso pelo menos até esta quinta-feira (22), quando o pedido será julgado na 3ª Câmara Criminal do TJMS.

O golpe

Os investigados, segundo a PF, supostamente induziam vítimas a investir dinheiro oferecendo em troca quantias milionárias. A promessa envolvia de mina de ouro da época do império a documentos falsos do Banco Central.

Já a segunda forma era apresentar para os investidores que pessoas ‘importantes' participavam e estavam lucrando com os investimentos. Eles afirmavam que tinham investidores como juiz e consul honorário da Guiné.

Ouro de Ofir: dois conseguem liberdade e vão colocar tornozeleiraPara atrair as vítimas, os integrantes afirmavam que uma família de era dona de uma mina de ouro da época do império, que tinha sido vendida para os Estados Unidos e para a Europa, e que a família tinha 40% de direitos sobre a mina vendida.

Sendo que parte do dinheiro recebido teria de ser repassado para terceiros, momento em que eram vendidas cotas para os investidores, que aplicavam R$ 1 mil com promessas de receber R$ 1 milhão. A organização criminosa também usava das declarações do imposto de renda para mostrar para os investidores que estariam enriquecendo, com o dinheiro investido no grupo.